Uma equipe de cientistas busca descobrir o que teria provocado a extinção dos megalodontes (Otodus megalodon), considerados como a maior espécie de tubarões que viveu no fundo do mar. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, em 26 de junho.
Ao contrário da maioria dos animais marinhos, que têm sangue frio, o megalodonte teria sangue parcialmente quente. Isso porque sua temperatura corporal seria por volta de 7ºC mais elevada do que à da água do mar da época. Esse seria o fator responsável pela sua extinção.
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“Descobrimos que o megalodonte tinha temperaturas corporais significativamente elevadas, em comparação com outros tubarões”, diz o coautor do estudo, Robert Eagle, professor de ciências marinhas e geobiologia. “Isso é consistente com um grau de produção interna de calor, como os animais modernos de sangue quente (endotérmicos).”
Na pesquisa, os cientistas observaram quão próximos os isótopos de carbono-13 e oxigênio-18 encontrados nos dentes fossilizados do antigo tubarão estavam ligados (dados que podem revelar quão quente era seu corpo). Com essa descoberta, os cientistas deduziram que a temperatura corporal média do megalodonte era de cerca de 27ºC.
Antes da extinção, como eram os megalodontes?
Acredita-se que o Otodus megalodon media 15 metros de comprimento, um dos maiores predadores marinhos desde a era mesozoica. Robert Eagle diz que o animal foi extinto há mais de 3 milhões de anos.
O estudo informa que, assim como os tubarões-brancos, os megalodontes eram regionalmente endotérmicos (tinham a capacidade de regular a temperatura em certas partes do corpo).
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Segundo o autor do estudo, Kenshu Shimada, paleobiólogo da Universidade DePaul, o sangue quente teria sido um dos principais fatores que impulsionaram o tamanho maciço e a proeza geral dos megalodontes como predadores.
“Um corpo grande promove eficiência na captura de presas com cobertura espacial mais ampla, mas requer muita energia para mantê-lo”, disse Shimada.
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De acordo com a especialista, “sabemos que o megalodonte tinha dentes cortantes gigantescos usados para se alimentar de mamíferos marinhos, como cetáceos e pinípedes, com base no registro fóssil”.
“O novo estudo é consistente com a ideia de que a evolução do sangue quente foi uma porta de entrada para o gigantismo do megalodonte acompanhar a alta demanda metabólica”, acrescentou Shimada.