As icônicas obras do escritor britânico Roald Dahl (1916-1990), que inspiraram adaptações para o cinema, não escaparam da patrulha do politicamente correto. Segundo o jornal The Telegraph, a editora Penguin está cortando desses livros, considerados clássicos da literatura infantil, termos supostamente ofensivos relativos a peso, saúde mental, violência, gênero e raça em obras como A Fantástica Fábrica de Chocolate e Matilda, ambos com versões cinematográficas.
No primeiro, escrito em 1964, a expressão “enormemente gordo”, relativa ao personagem Augustus, será substituída por “enorme”, segundo o jornal britânico. E os Oompa Loompas passam de “homens pequenos” para “pessoas pequenas”. Em Matilda, de 1988, a descrição de Miss Trunchbull vai de “fêmea mais formidável” para “mulher mais formidável”.
O Fantástico sr. Raposo, de 1970, que teve uma versão para o cinema no formato de animação em 2009, também teve alteração. “Bunce, o pequeno anão barrigudo” torna-se apenas Bunce.
Além disso, todas as edições publicadas entre 2001 e 2022 terão a palavra “gordo” eliminada. A mudança afeta os livros O Crocodilo Enorme, de 1978, James e O Pêssego Gigante, de 1961, Os Pestes, de 1980, e As Bruxas, de 1983. A palavra “feio” também foi cortada.
Escritores e jornalistas criticam a censura
Um dos primeiros a condenar a edição das obras de Dahl foi o escritor Salman Rushdie, um dos autores mais influentes da atualidade. Ele publicou um tuíte para criticar a editora. “Roald Dahl não era nenhum anjo, mas isso é uma censura absurda. A Puffin Books e o espólio Dahl deveriam se envergonhar.”
Roald Dahl was no angel but this is absurd censorship. Puffin Books and the Dahl estate should be ashamed. https://t.co/sdjMfBr7WW
— Salman Rushdie (@SalmanRushdie) February 18, 2023
O comediante David Baddiel postou uma captura de tela de uma das mudanças em uma passagem de Os Pestes. Embora a versão republicada em 2001 diga: “Você pode ter um nariz torto, uma boca torta, um queixo duplo e dentes salientes”, a nova edição remove a referência a um “queixo duplo”, que seria uma referência à gordura da personagem.
“O problema com a expulsão de Dahl é que ela não tem consistência lógica. Aqui, o queixo duplo foi cortado, presumivelmente para evitar a vergonha da gordura. Mas e o nariz torto ou a vergonha dos dentes tortos? Depois de iniciar esse caminho, você pode acabar com páginas em branco.”
The problem with the Dahl bowdlerisation is it has no logical consistency. Here, double chin has been cut, presumably to avoid fat shaming. But what about wonky nose or crooked teeth shaming? Once you start on this path you can end up with blank pages. pic.twitter.com/BKbArYIGrh
— David Baddiel (@Baddiel) February 18, 2023
O autor norte-americano Michael Shellenberger também criticou as mudanças: “Isso é censura totalitária e deve ser amplamente condenado por autores e editores”.
The publisher of the books of the late Roald Dahl has made hundreds of changes to them, supposedly to make them more palatable to “sensitive” audiences. This is totalitarian censorship and should be broadly condemned by authors & publishers. https://t.co/ysXBzdgrDR
— Michael Shellenberger (@shellenberger) February 18, 2023
E a patrulha ideológica continua…
Não comprem livros digitais. Comprem livros físicos. Estão agora editando termos que a patrulha totalitária não gosta, em um futuro próximo, alterarão partes inteiras da história e um pouco depois os livros que não forem aprovados pelo politburo progressista, desaparecerão.
Daqui a pouco a Narizinho do Sítio do pica-pau amarelo vai sumir.
Só espero que a que a narizinho do PT suma primeiro.
Em geral, as pessoas que defendem a esquerda não fazem ideia sobre essas ideias terríveis, de consequências drásticas.
Tem que parar o quanto antes. Depois que Inês é morta não tem mais jeito.
Como disse acertadamente o autor (que provavelmente apoia a asnice esquerdista – nem ele entende direito o esquema): podemos acabar tendo páginas em branco.
Ou pior: infestadas das barbaridades (aí aceitas) que a ditadura esquerdista permitir.
Quanto à direita, nenhum serviço em favor da cultura, ou da literatura no Brasil. Só serviços prestados à ignorância. São apenas afetados e vaidosos que falam de alta cultura (imitando Olavo, este, goste-se ou não, inteligente), para encobrir sua natureza limitada, incapaz de saber o que é uma obra de qualidade realmente. Enganam a tolos, como a esquerda, infelizmente.
Não há PQP que chegue…