“Se algo tiver potencial para matar 10 milhões de pessoas nas próximas décadas, não será uma guerra nuclear. Será um vírus”, disse Bill Gates num evento TED em 2015. Lembrando que a epidemia do vírus Ebola foi vencida porque ficou restrita a áreas rurais do oeste da África, Gates emendou: “Na próxima epidemia, o vírus vai pegar o avião e ir ao supermercado”.
O bilionário é um estudioso do tema. A Fundação Bill e Melinda Gates investe intensamente em pesquisas científicas com potencial de criar vacinas e remédios que combatam doenças infectocontagiosas. A instituição, por exemplo, tem doado anualmente cerca de 300 milhões de dólares a pesquisas relacionadas à malária.
Na palestra do TED, Gates destaca os aprendizados que a comunidade científica teve com a luta contra a epidemia de Ebola na África. Em 2014, o vírus matou 11 mil pessoas em países como Libéria, Serra Leoa e Guiné. A contaminação se dava, basicamente, em razão de práticas ancestrais funerárias. Os familiares dos mortos manuseavam os cadáveres, com o objetivo de prepará-los para o enterro, e contraíam a doença.
O Ebola ficou confinado a regiões rurais. “O próximo vírus fatal atingirá áreas urbanas”, previu Gates. E mais: ele também levantou a possibilidade de que a epidemia teria origem num patógeno aparentado da influenza — exatamente o caso do coronavírus.
O combate, Gates propõe, deve reunir instituições de saúde e militares. “As Forças Armadas têm larga experiência em logística. Conseguem chegar rápido a lugares de difícil acesso e atuar de modo planejado”, ressalta. No vídeo a seguir, Gates apresenta uma estratégia de combate a pandemias.