Um tribunal da Coreia do Sul emitiu nesta terça-feira, 31, um mandado de prisão contra o presidente afastado Yoon Suk Yeol. Ele sofreu impeachment há pouco mais de duas semanas, depois de ser acusado de tentar um golpe de Estado.
A decisão gerou controvérsia, especialmente no Partido do Poder do Povo (PPP). O líder interino do partido criticou a tentativa de prender Yoon, considerando a ação inadequada. A defesa de Yoon anunciou que pretende recorrer ao Tribunal Constitucional para barrar a prisão.
+ Leia mais notícias de Mundo em Oeste
O mandado foi emitido depois que investigadores solicitaram a prisão de Yoon por ele se recusar a prestar depoimento e ignorar intimações. As investigações buscam determinar se a declaração da Lei Marcial, em 3 de dezembro, constitui insurreição.
Yoon é acusado de liderar uma tentativa de golpe, ao declarar a lei marcial e ordenar a ocupação militar da Assembleia Nacional para evitar uma votação contrária ao decreto. Ele nega as acusações, alegando que a medida foi um “ato de governança” para alertar sobre um possível abuso do Legislativo.
Acusações de tentativa de golpe na Coreia do Sul
Depois de aprovar o impeachment de Yoon, o Parlamento revogou a Lei Marcial. A tentativa de autogolpe enfrentou forte resistência de parlamentares e manifestações populares.
A crise política se intensificou com a cassação de Han Duck-soo, premiê interino, 14 dias depois da destituição de Yoon. Han foi removido por se recusar a nomear três juízes para o Tribunal Constitucional, prejudicando o processo de impeachment.
Choi Sang-mok, ex-ministro da Economia e atual presidente interino, anunciou a nomeação imediata de dois juízes para a Corte, com o objetivo de restaurar a estabilidade. A terceira vaga será preenchida depois de consenso no Parlamento.
O Tribunal Constitucional está analisando se Yoon poderá retomar o cargo ou será removido permanentemente. A Corte tem 180 dias para decidir.