Políticos brasileiros de esquerda, como a deputada federal pelo PT paranaense Gleisi Hoffmann, ajudaram a espalhar nas redes sociais a informação da suposta cura
Nesta quinta-feira, 13, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e candidato a presidente pelo PSOL em 2018, Guilherme Boulos, publicou que a China estava utilizando uma “vacina produzida em Cuba”.
“Vacina contra o coronavírus utilizada na China foi produzida em Cuba. De tanto gritarem “vai pra Cuba” acabarão indo todos…”, afirmou o líder do MTST numa rede social. A postagem logo recebeu uma retificação do próprio Boulos. “Não era uma vacina, mas sim um antiviral”, concluiu, ao mencionar que a informação havia sido publicada no jornal cubano Granma.
Segundo a reportagem do periódico controlado pelo Partido Comunista de Cuba, o remédio já produziu “resultados palpáveis na cura de mais de 1.500 pacientes”. Não há, no entanto, ainda nenhum imunizante desenvolvido capaz de evitar a doença. “O vírus é tão novo e diferente que ainda precisa de uma vacina própria”, informou em nota a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Outros políticos brasileiros de esquerda, como a deputada federal pelo PT paranaense Gleisi Hoffmann, ajudaram a espalhar nas redes sociais a informação da suposta vacina para prevenir o coronavírus. Na verdade, Cuba forneceu à China um medicamento, o interferon alfa-2b, para o tratamento de infectados pelo vírus.
O remédio, já usado em pacientes com hepatite B, hepatite C e leucemia, ajuda a combater os problemas respiratórios, um dos sintomas do coronavírus. “Algumas reportagens falaram indevidamente em vacina, induzindo ao erro”, concluiu Boulos.
Vacina contra o coronavirus utilizada na China foi produzida em Cuba. De tanto gritarem "vai pra Cuba" acabarão indo todos…
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) March 12, 2020