Durante a década de 1970, trabalhadores da União Soviética exploravam um campo na província de Dsoguz, Turcomenistão, em busca de gás e petróleo. Depois das perfurações, uma cratera de 70 metros de largura e 20 metros de profundidade se formou, conhecida como Darvaza. O incêndio no local, causado por erro humano, permanece ativo há mais de 50 anos.
O governo do Turcomenistão considera a possibilidade de fechar a cratera. Turistas notaram uma redução significativa nas chamas ao longo dos anos, e autoridades locais confirmaram que estão estudando formas de extinguir o fogo.
+ Leia mais notícias de Mundo em Oeste
“Eu diria que está queimando em apenas 40% do nível que presenciei em 2009. Antes, uma área muito maior da cratera estava em chamas. Agora há menos, e elas não são tão altas quanto eram”, explicou Dylan Lupine, de uma empresa pioneira em levar turistas ao Turcomenistão.
Um guia de turismo, que preferiu não se identificar, afirmou ao jornal AFP que as chamas diminuíram progressivamente nos últimos sete anos.
Perigo ambiental no Turcomenistão
O incêndio na província do Turcomenistão começou quando trabalhadores, ao perceberem a liberação de gás metano, decidiram incendiá-lo, esperando que se extinguisse rapidamente. No entanto, o fogo continua, criando uma visão infernal.
O vazamento de gás representa um risco ambiental e de saúde para as populações próximas. Além disso, o Turcomenistão, dependente da exploração de combustíveis fósseis, enfrenta a perda de metano valioso. O governo busca uma solução para evitar maiores prejuízos.
Diversas ideias foram propostas para apagar o fogo, incluindo o uso de bombas, mas sem sucesso. A solução definitiva ainda não foi encontrada, e muitos sugerem tapar os dutos de gás, embora a composição da rede seja desconhecida.
“Estamos perdendo recursos naturais valiosos dos quais poderíamos obter benefícios significativos e usá-los para melhorar o bem-estar de nosso povo”, disse o presidente do Turcomenistão.
Expedições científicas e descobertas
Em 2023, o canadense George Kourounis desceu na cratera, onde a temperatura pode variar de 400°C a 1.000°C, para coletar amostras de solo com uma equipe da National Geographic, buscando formas de vida resistentes ao calor.
O microbiologista Stefan Green, colega de Kourounis, descreveu a experiência: “O brilho alaranjado das chamas faz com que o solo seja completamente alaranjado e as paredes da cratera pareçam alaranjadas. Realmente lembra estar em um lugar como Marte, onde você tem esse solo alaranjado ou vermelho. Tem apenas outra sensação terrena.”
Apesar dos esforços contínuos do governo do Turcomenistão para atrair cientistas e apagar o fogo, a “Porta do Inferno” continuará ardendo até que uma solução seja encontrada.