Segundo a ONG Portas Abertas, entidade que atua em prol da assistência aos cristãos perseguidos em todo o mundo, na sexta-feira 28 de abril, o grupo étnico kuki, na Índia, sofreu uma série de atentados contra a sua integridade física e dignidade moral. Os kukis foram expulsos de um vilarejo no Estado de Manipur (norte do país) pelas forças policiais locais. As autoridades afirmaram que os expulsaram a fim de “proteger a floresta”.
Os kukis são conhecidos na região como “cristãos tribais”, porque a Índia é um país majoritariamente hinduísta. Os nativos organizaram-se num fórum, a fim de oferecer resistência à perseguição anticristã. Eles opõem-se ao mapeamento da floresta implementado pelo governo. A maioria dos manifestantes contrários à ação do governo local são cristãos tribais ameaçados pela atual gestão do partido pró-hindu BJP. Os políticos buscam evacuar as áreas de florestas e vilarejos onde cristãos tribais vivem há anos.
Violência contra os cristãos
Durante as manifestações, a polícia de Manipur usou bastões, bombas de gás e balas de borracha a fim de dispersar a multidão. Os manifestantes escolheram como ponto de encontro para os protestos um local no qual o governador N. Biren Singh faria um pronunciamento. Cerca de cem assentos foram destruídos durante os protestos. O fórum de líderes indígenas exigiu um cessar-fogo de oito horas. As manifestações foram consideradas uma violação da Lei 144, instrumento jurídico que proíbe a reunião de três ou mais pessoas sem prévia autorização do governo.
Uma repórter da ONG Portas Abertas disse que “a eletricidade pode ser cortada e o Wi-Fi será desligado. Nós ouvimos os tiros de tempos em tempos e as bombas de gás continuam sendo lançadas nos grupos de pessoas que tentam confrontar a polícia. Também ouvimos gritos e agitação. Não estamos seguros e acreditamos que a situação vai piorar”. Os cristãos perseguidos no norte da Índia estão presos na cidade e nas áreas circunvizinhas. A situação na Índia preocupa cristãos que também vivem sob risco de perseguição em países próximos, como Mianmar — que também buscam abrigo nas florestas próximas à Índia.