Os eleitores do Equador vão voltar às urnas em 13 de abril. O atual presidente do país, Daniel Noboa, e a candidata de esquerda Luisa González avançaram para o segundo turno das eleições presidenciais no Equador, realizadas no último domingo, 9.
Com 88,6% das urnas apuradas, Noboa obteve 44,3% dos votos e Luisa, 43,9%. Cada um fez pouco mais de 4 milhões de votos. Outros 14 candidatos participaram da disputa.
Segundo o órgão eleitoral, houve 6,77% de votos nulos e 2,11% de brancos. O país tem 12,5 milhões de eleitores. Destes, 2,2 milhões se ausentaram.
Desde que assumiu o poder, Noboa destacou-se por sua campanha intensa contra o narcotráfico. Durante seu mandato, enfrentou uma crise energética, agravada pela seca, mas manteve-se como favorito.
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Noboa identifica-se com um político de centro, mas tem amplo apoio da direita, e suas políticas econômicas se encaixam em um perfil mais liberal do que centralizador.
Já Luisa González é advogada e evangélica e tem o ex-presidente socialista Rafael Correa como aliado.
A crise de segurança no Equador
As eleições no Equador ocorrem em um contexto de insegurança, com temor de violência e fronteiras fechadas. Essa foi a segunda vez em 16 meses que os equatorianos compareceram às urnas.
Em outubro de 2023, o então presidente Guillermo Lasso antecipou o pleito, utilizando a cláusula constitucional conhecida como “morte cruzada” para dissolver a Assembleia Nacional, depois de enfrentar um processo de impeachment. Lasso não participou da disputa.
Daniel Noboa venceu a eleição para um mandato temporário, tornando-se, aos 35 anos, o presidente mais jovem da história do Equador. A eleição realizada neste domingo, 9, marca a retomada do ciclo eleitoral regular.
Durante esse mandato tampão, o governo de Noboa prendeu mais de 60 mil suspeitos e apreendeu 280 toneladas de drogas ilícitas, um aumento de 29% em relação ao ano anterior, de acordo com a plataforma InSight Crime, especializada em crime organizado na América Latina.
![Equador](https://medias.revistaoeste.com/wp-content/uploads/2023/10/noboa-1.jpg)
Em julho de 2024, Noboa visitou Durán, cidade costeira considerada a mais violenta do país. Vestindo colete à prova de balas e capacete militar, criticou adversários por evitarem a região.
Ainda segundo a InSight Crime, a violência em Durán diminuiu temporariamente com a presença de militares e policiais, mas voltou a crescer, registrando 476 homicídios em 2024.
No sistema prisional, o governo de Noboa anunciou a construção de novos presídios, e o Exército assumiu o controle de unidades estratégicas e realizou operações contra gangues.
Noboa tem que vencer para terminar de endireitar o Equador.