O eurodeputado francês Raphaël Glucksmann propôs, no último domingo, 18, que os Estados Unidos devolvessem a Estátua da Liberdade à França. Quase 140 anos depois de o monumento ter sido presenteado pelo governo francês aos norte-americanos, o político de esquerda afirmou que os EUA já não refletem mais os valores que motivaram os franceses a fazê-lo.
“Vamos dizer aos norte-americanos que escolheram ficar do lado dos tiranos: ‘Devolvam-nos a Estátua da Liberdade'”, disse Glucksmann. “Ela foi nosso presente para vocês. Mas, aparentemente, vocês a desprezam. Então, ela será mais feliz aqui conosco.”
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A Casa Branca rejeitou a sugestão do eurodeputado nesta segunda-feira, 17. “Meu conselho para esse político francês anônimo e de baixo nível seria lembrá-lo de que é somente graças aos EUA que os franceses não falam alemão atualmente, então eles deveriam ser muito gratos ao nosso grande país”, respondeu a porta-voz Karoline Leavitt aos jornalistas.
Ela fez referência à libertação da França pela força militar dos EUA e aliados durante a Segunda Guerra Mundial.
França presenteou EUA com a estátua em 1884
A Estátua da Liberdade, símbolo de liberdade, justiça e democracia, foi oferecida pela França aos Estados Unidos em Paris em 4 de julho de 1884, no 108º aniversário da independência norte-americana. Com 93 metros de altura e 204 toneladas, é reconhecida pela Unesco como patrimônio da humanidade e pertence ao povo norte-americano.
Karoline Leavitt: "I would be to remind France that it's only because of the USA that the French are not speaking German right now. So they should be very grateful to our great country." pic.twitter.com/egkijoI0Ao
— Leisha (@LoneStarChica) March 17, 2025
A troca de provocações começou quando Glucksmann disse que os EUA passaram a desprezar a estátua e os princípios que ela simboliza. De acordo com o francês, as políticas do presidente Donald Trump, especialmente no que diz respeito à imigração, confrontam a mensagem de abertura e acolhimento representada pelo monumento.
Os comentários de Glucksmann também tocaram na questão dos cortes drásticos de pessoal e gastos promovidos pelo governo dos EUA sob as diretrizes de Elon Musk, que afetaram muitos pesquisadores nas áreas de saúde e clima. O político sugeriu que a França poderia se beneficiar caso esses profissionais se mudassem para o país.
“Se vocês querem demitir seus melhores pesquisadores, se querem demitir todas as pessoas que, por meio da sua liberdade, inovação, e paixão pela pesquisa, tornaram seu país a potência mundial, então nós os receberemos”, disse o eurodeputado.