O Partido pela Liberdade (PVV, na sigla holandesa), liderado pelo candidato de direita Geert Wilders, venceu as eleições parlamentares antecipadas na Holanda, realizadas nesta quarta-feira, 22. Agora, Wilders tem a missão de conseguir formar maioria para se tornar o próximo primeiro-ministro.
Conforme os dados da apuração oficial, o PVV conquistou 37 dos 150 assentos na Câmara holandesa. O partido de direita ficou à frente do bloco de esquerda Partido do Trabalho, com 25 cadeiras, e o bloco liberal do Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD), com 24.
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Wilders e o PVV são conhecidos por adotarem uma rígida política de combate à imigração, como a total paralisação na aceitação de pedidos de asilo e a deportação de imigrantes que aguardam por asilo nas fronteiras holandesas.
“O eleitor holandês falou”, disse Wilders, durante seu discurso na noite de quarta-feira, ao reivindicar a vitória. “Os holandeses esperam que o povo possa recuperar seu país e que possamos garantir que o tsunami de solicitantes de asilo e imigração se reduza.”
A nova eleição foi convocada depois da última coalizão do primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, renunciar em julho por não conseguir concordar com medidas de conter a imigração. Em seus últimos meses à frente do Parlamento, Rutte tornou-se alvo de protestos de agricultores do país. Com a justificativa de diminuir a emissão de gases do efeito estufa, ele tentou impor leis que restringiriam a produção do agronegócio local.
A candidata governista era Dilan Yesilgoz, líder da campanha do VVD, a qual também pertence Rutte, não conseguiu obter sucesso nesta eleição.
Políticas da direita na Holanda
O PVV não vai conseguir governar sozinho, pois precisa, conforme é habitual no país, de pelo menos dois parceiros de coalizão.
Dois partidos de centro-direita que ganharam destaque: o VVD e o Novo Contrato Social — que conquistou 20 cadeiras — poderiam entrar em negociações com o PVV. Num primeiro momento, entretanto, Dilan salientou que não se vê em um gabinete com Wilders como primeiro-ministro.
O programa eleitoral de Wilders, apresentado durante a campanha, inclui propostas como a saída da Holanda da União Europeia, além da proposta de combate à imigração.
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Wilders disse que não vai promover medidas anti-islâmicas, como a proibição do Corão ou o fechamento de escolas islâmicas. O político prometeu respeitar a Constituição, em uma tentativa de pavimentar o caminho para as negociações, que terão início oficialmente nesta sexta-feira, 24. Pelas redes sociais, Wilders já aborda a intenção de liderar o governo com a união de partidos.
Sobre o Parlamento holandês
O número de partidos que conseguiram pelo menos uma cadeira no Parlamento holandês subiu de 15 para 26 grupos que concorreram nas eleições gerais. O resultado também permite ao vencedor começar o processo de busca por parceiros de coalizão, visto que ainda é necessário formar um novo governo no país.
Caso Wilders não consiga formar uma coalizão, novas eleições podem ser convocadas na Holanda.
Estêvão Júnior é estagiário da Revista Oeste em São Paulo. Sob a supervisão de Anderson Scardoelli.
A esquerda perdendo tudo. Obaaa !