O Sindicato dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP) acusou a ditadura do Nicolás Maduro de prender quatro jornalistas sob a alegação de terrorismo. Os comunicadores estavam presentes nas manifestações que tomaram a Venezuela depois da alegada reeleição do chavista.
“Denunciamos o uso ilegal e arbitrário das leis antiterrorismo na Venezuela, especialmente contra jornalistas e repórteres fotográficos e cinematográficos”, afirmou o SNTP, em comunicado publicado nas redes sociais. “Foram detidos durante os protestos pós-eleitorais no país.”
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O sindicato ainda afirmou que os jornalistas estão impedidos de ter acesso a advogados particulares. As prisões, segundo o órgão, ocorreram em diferentes Estados venezuelanos. Confira os nomes dos profissionais acusados de terrorismo pela ditadura:
- Deisy Peña (fotógrafa);
- Yousner Alvarado (fotógrafo);
- Paúl León (cinegrafista); e
- José Gregorio Carnero (jornalista).
Quando começaram as manifestações contra a ditadura da Venezuela?
As manifestações começaram depois do pleito venezuelano, realizado no último domingo, 28. Na ocasião, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou a vitória de Nicolás Maduro, com 52% dos votos. O nome da oposição, Edmundo González, teria tido 43%.
O CNE ainda não divulgou as atas que comprovam os resultados divulgados.
Na contramão do regime chavista, a oposição divulgou um total de 80% das atas das eleições. A apuração mostrou González com 67% dos votos. Maduro aparecia com 30%.
A ONG Provea afirmou que o regime de Maduro matou 24 pessoas durante os protestos. O número de presos já passou dos 1,1 mil, segundo a organização Foro Penal. O ditador, no entanto, diz que 2,2 mil estão sob custódia.
O governo ainda anunciou uma investigação contra González e a principal antagonista do regime, Maria Corina Machado, por incitação à insurreição. Na ocasião, a dupla postou uma declaração com González eleito.
O Ministério Público diz que os presos vão responder por incitação ao ódio e terrorismo. A pena para esses crimes, na Venezuela, pode chegar a 30 anos de reclusão.
Prisões muito semelhantes as determinadas pelo STF no Brasil.