Os eleitores da Flórida decidiram não aprovar propostas sobre direitos ao aborto e legalização da maconha. O governador Ron DeSantis, do Partido Republicano, liderou uma campanha vigorosa contra essas iniciativas, argumentando que eram mal formuladas e difíceis de reverter caso fossem incorporadas à Constituição estadual.
As propostas foram apresentadas através de ballot measures na terça-feira, 5, junto das eleições. O termo refere-se a propostas submetidas diretamente ao voto popular, permitindo que os eleitores decidam sobre leis, mudanças constitucionais ou políticas específicas.
Esse mecanismo possibilita que o público participe ativamente de questões legislativas sem depender exclusivamente de representantes eleitos para tomar decisões.
Nos Estados Unidos, há dois tipos principais de ballot measures: as iniciativas e os referendos. As iniciativas são propostas criadas pela população, que, ao coletar assinaturas suficientes, leva o tema à votação. Já os referendos são apresentados pelo governo, permitindo que os eleitores aprovem ou rejeitem uma decisão legislativa. Embora as regras variem entre os Estados, esse processo fortalece o envolvimento direto dos cidadãos na política norte-americana.
A maioria dos eleitores apoiou as medidas, mas elas não alcançaram os 60% de adesão necessária para aprovação. Esse limiar foi estabelecido há duas décadas pelo então governador Jeb Bush, também republicano, e foi crucial para o resultado atual.
A proposta sobre o aborto visava a impedir leis que penalizassem o procedimento até a viabilidade fetal, mas a atual legislação de seis semanas ainda vigora.
Apoiadores da esquerda criticam governador da Flórida
Críticas foram dirigidas a DeSantis por supostamente utilizar recursos estatais em sua campanha contra as emendas. Anna Hochkammer, da Florida Women’s Freedom Coalition, afirmou: “Este é um Estado que retira dos humanos suas liberdades e dignidade”.
A proposta sobre a maconha permitiria a posse de até 85 gramas para maiores de 21 anos e autorizaria a venda por empresas já atuantes no setor medicinal.
A questão da maconha surgiu em paralelo a movimentos federais para reclassificar a droga. Enquanto DeSantis sugeriu que a legalização prejudicaria o turismo devido ao cheiro, figuras como o presidente eleito, Donald Trump, manifestaram apoio à legalização recreativa. Os democratas esperavam que as propostas impulsionassem a participação eleitoral.
DeSantis e outros líderes republicanos conduziram esforços contínuos contra as medidas, enquanto os democratas trabalharam intensamente a favor das mudanças.
A Flórida se destaca como um dos primeiros Estados a rejeitar direitos ao aborto em votação popular depois de a decisão Roe v. Wade ser revertida. A votação ocorreu em um contexto de vantagem republicana de mil registros eleitorais sobre os democratas.
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