Era um patrulhamento de rotina para o grupo de soldados israelenses no sul da Faixa de Gaza. Então, uma troca de tiros teve início. Os militares israelenses, com o apoio de drones, destruíram parte de um prédio onde vários militantes do Hamas se abrigavam, conforme relataram autoridades israelenses.
Quando a poeira baixou, e os soldados começaram a vasculhar o local, encontraram um corpo que apresentava uma semelhança impressionante com alguém que eles não esperavam encontrar. Era Yahya Sinwar, o líder do Hamas, que o país buscava desde 7 de outubro de 2023.
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Durante mais de um ano, enquanto dezenas de milhares de pessoas em Gaza morriam, Sinwar conseguiu escapar das investidas do Exército e dos serviços de segurança de Israel. Esses esforços visavam a localizá-lo e neutralizá-lo. Muitos acreditavam que ele se escondia em uma extensa rede de túneis sob Gaza, cercado por reféns capturados em Israel.
Conforme as autoridades israelenses relataram, Sinwar foi morto em um confronto na quarta-feira 16, ao lado de dois outros militantes. Eles não encontraram sinais de reféns nas proximidades.
Nesta quinta-feira, 17, as autoridades confirmaram sua morte por meio de registros dentários e impressões digitais. Testes de DNA também foram realizados, de acordo com informações de uma autoridade israelense e da Casa Branca.
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A morte de Sinwar representou um duro golpe na liderança do Hamas. Ela ocorreu em um momento crítico de escalada de violência no Oriente Médio.
Primeiro-ministro de Israel afirmou que ofensiva contra Hamas não iria cessar
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a ofensiva israelense não iria cessar apenas porque o arquiteto do ataque mortal contra o sul de Israel havia sido eliminado. “O mal sofreu um duro golpe hoje”, disse. “Vamos continuar a trabalhar para trazer de volta os nossos reféns. O Hamas não vai permanecer no poder.”
Os líderes israelenses sempre afirmaram que não iriam interromper a ofensiva em Gaza até desmantelar o Hamas como uma força militar e política. Cerca de 1,2 mil pessoas foram mortas no ataque de 7 de outubro, com mais de 250 levadas como reféns para Gaza. Acredita-se que pelo menos um terço dos 101 reféns que ainda permanecem em Gaza esteja morto.
O ataque do Hamas transformou o cenário no Oriente Médio e provocou uma devastadora retaliação israelense em Gaza. Esse confronto resultou em mais de 42 mil palestinos mortos e transformou grande parte do território em ruínas. O ataque também levou a intensos combates entre Israel e outros grupos, como o Hezbollah, no Líbano, e o Houthi, no Iémen, todos apoiados pelo governo iraniano.
Os soldados que descobriram Sinwar faziam parte de uma unidade em treinamento. Depois do tiroteio que resultou na morte de Sinwar e dos outros dois combatentes, os israelenses encontraram a área repleta de explosivos. A equipe se aproximou dos corpos com cautela e descobriu dinheiro e armas no local.
A confirmação da morte de Sinwar causou reações em Israel
A morte de Sinwar provocou reações em Israel. Muitas pessoas se reuniram em telhados e ruas, com bandeiras israelenses enquanto motoristas buzinavam em celebração.
A notícia rapidamente se espalhou por Gaza e deixou muitos cidadãos atordoados. Em um café improvisado em Khan Younis, onde Sinwar nasceu, em 1962, as pessoas pararam para assistir às notícias na televisão.
Alguns se mostraram aliviados, enquanto outros permaneceram céticos e aguardaram a confirmação do Hamas. No meio desse cenário, a mídia estatal iraniana tratou a morte de Sinwar como “martírio” e o elogiou por sua resistência contra Israel.
As autoridades norte-americanas viram a morte de Sinwar como uma oportunidade para renovar as negociações em busca de uma trégua em Gaza. O presidente Joe Biden anunciou que parabenizaria Netanyahu e enviaria o secretário de Estado, Antony Blinken, a Israel.
O democrata enfatizou que era hora de avançar e trouxe à tona a importância de um cessar-fogo em Gaza. O gabinete de Netanyahu também divulgou um comunicado e afirmou que havia conversado com Biden e que ambos viam uma oportunidade para trabalhar juntos em um acordo para libertar os reféns.
Um pelo duro a menos.