Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia expressaram consternação nesta segunda-feira, 12, com uma investigação da Bélgica sobre alegações de que o Catar, anfitrião da Copa do Mundo, havia esbanjado dinheiro e presentes com funcionários do Parlamento Europeu para influenciar a tomada de decisões.
Promotores revistaram 16 casas e apreenderam € 600 mil (R$ 3,3 milhões) em Bruxelas, na sexta-feira 9, como parte da investigação. Quatro pessoas foram presas e acusadas de “participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção”, disseram os promotores em comunicado no domingo 11.
Eles não identificaram os suspeitos, mas uma fonte próxima ao caso disse que uma das vice-presidentes do Parlamento Europeu, a socialista grega Eva Kaili, estava entre os acusados. O gabinete dela ainda não se manifestou.
O Parlamento Europeu disse no fim de semana que suspendeu Eva de suas funções. O partido socialista grego Pasok disse que abriria um processo de expulsão.
“Certamente as notícias são muito preocupantes”, afirmou a jornalistas o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, ao chegar a uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE na manhã desta segunda-feira, programada para discutir sanções contra a Rússia e o Irã.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que a “força total da lei” deve ser aplicada no caso. “Trata-se da credibilidade da Europa, então isso deve desencadear consequências em várias áreas.”
“É absolutamente inaceitável qualquer tipo de corrupção”, disse o ministro das Relações Exteriores tcheco, Jan Lipavsky.
Nenhum membro do governo do Catar se pronunciou oficialmente sobre as investigações de Bruxelas.
A investigação ocorre no momento em que o Catar está no centro das atenções globais por sediar a Copa do Mundo, em meio a críticas de grupos de direitos humanos, que o país rejeita.
Diante da prisão da deputada socialista, a imprensa internacional publicou trechos de um discurso dela, no Parlamento Europeu, em 21 de novembro, quando a Copa do Mundo estava começando. “O Catar é um pioneiro em direitos trabalhistas. Eles se comprometeram com uma visão por escolha e se abriram para o mundo”, declarou Eva. “Eles nos ajudaram e são negociadores de paz, são bons vizinhos e parceiros. Podemos nos ajudar a superar as deficiências. Eles já conseguiram o impossível.”
O Parlamento Europeu deveria votar nesta semana uma proposta para estender a Kuwait, Catar, Omã e Equador a isenção de visto para viagens à UE.
Alguns legisladores sugeriram que a votação fosse adiada. Outros pediram um debate sobre as investigações contra a deputada grega e outros envolvidos no esquema de corrupção. O Parlamento Europeu deve analisar os dois pedidos em uma sessão ainda nesta segunda-feira.
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E apenas uma “ação social ” da VP.
Aqui também tivemos “ações sociais” principalmente na Petrobras.
O INIMAGINÁVEL JÁ ACONTECENDO!
Onde houver esquerda, haverá corrupção.