O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou neste sábado, 2, o envio de dez mil soldados e policiais adicionais para as áreas devastadas pelas inundações, que já resultaram em pelo menos 214 mortes, especialmente na região de Valência, nos últimos cinco dias.
Em pronunciamento no Palácio da Moncloa, em Madri, o primeiro-ministro informou que o governo atendeu ao pedido das autoridades regionais para reforçar a segurança e auxiliar nos trabalhos de resgate e recuperação.
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Enquanto isso, os moradores tentam retomar a normalidade e limpam casas e ruas danificadas pelas enchentes. Um centro de artes e ciências, habitualmente destinado a apresentações de ópera, transformou-se no centro das operações de higienização. Voluntários uniram-se para dar início a uma ação de limpeza coordenada pelas autoridades regionais.
Nesta sexta-feira, 1°, a chegada espontânea de voluntários atrapalhou o acesso dos profissionais de emergência a algumas áreas, o que levou as autoridades a criarem um plano para organizar e realocar o apoio oferecido pela população. O presidente regional de Valência, Carlos Mazón, anunciou a abertura do centro de voluntariado para coordenar a ajuda na Cidade das Artes e das Ciências.
Em algumas das áreas mais afetadas, parte da população recorreu ao saque, pois muitos ficaram sem comida ou água. A polícia informou, nesta sexta-feira, que prendeu 27 pessoas por saquearem lojas e escritórios na região de Valência.
A Iberdrola, empresa de serviços públicos, relatou que, mais de 90% das residências nas áreas afetadas já tinham energia restabelecida. Entretanto, milhares de pessoas ainda estavam sem eletricidade em regiões de difícil acesso para os socorristas.
Número de desaparecidos em inundações na Espanha é incerto
Ainda não se sabe o número exato de desaparecidos. Alguns foram encontrados em veículos arrastados pelas enchentes, garagens, estradas e até dentro de suas casas. Embora algumas dessas pessoas tenham sido resgatadas com vida, o aumento no número de mortes se torna mais provável conforme os dias passam.
Cerca de 2 mil soldados já estavam mobilizados em busca de desaparecidos e no auxílio aos sobreviventes da tempestade. A situação também gerou um novo alerta meteorológico para as Ilhas Baleares, Catalunha e Valência, onde as chuvas devem persistir ao longo do fim de semana.
As autoridades já consideram que o número de mortos deve continuar a aumentar. Trata-se do pior desastre de inundações na Espanha em mais de 50 anos e o mais mortal na Europa desde a década de 1970.
Esse número já ultrapassa o registrado nas enchentes no sul do Brasil entre abril e maio. Durante esse período, 183 pessoas morreram em Porto Alegre e em outras cidades do Rio Grande do Sul. Esses dados são da Defesa Civil.