A Espanha é o primeiro país europeu a propor abertamente o início do debate sobre a classificação da covid-19 como uma doença endêmica, permanente — abordagem diferente do tratamento dado a uma pandemia.
Coube ao primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, dizer pela primeira vez que o assunto já está sendo discutido pelas autoridades sanitárias do país. A pandemia de covid-19 foi declarada em março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Este é um debate necessário do qual não devemos e não vamos fugir. A ciência nos deu a resposta para que consigamos nos proteger”, afirmou Sánchez, líder do governo socialista da Espanha, em entrevista à Rádio Cadena Ser. “Nós temos que começar a avaliar a evolução da covid-19 de uma pandemia para uma doença endêmica. É o que temos vivido agora”, completou.
O premiê espanhol disse ainda que o país “tem respondido de uma maneira muito positiva à vacinação”. “Temos agora que responder à doença com novos instrumentos, além de incentivar ainda mais a vacinação, a autoproteção, o uso de máscaras e a cooperação internacional”, afirmou.
Na entrevista, Sánchez revelou ainda que o governo da Espanha comprará novos medicamentos que vêm sendo produzidos para combater a covid-19. “Faremos uma compra dos antivirais que a Pfizer está fabricando. A Espanha vai comprar 344 mil doses no mês de janeiro”, anunciou o primeiro-ministro, referindo-se ao Paxlovid, comprimido já aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
O discurso do chefe de governo foi reforçado pela ministra da Saúde espanhola, Carolina Darias. Na quinta-feira 13, ela disse que a variante Ômicron do coronavírus, mais infecciosa e, em geral, responsável por uma versão mais branda da doença, é uma oportunidade para que os países se preparem para uma nova abordagem da covid-19.
“Dialogo muito com meus colegas europeus, que também veem a necessidade de abrir novos horizontes”, afirmou Darias. “Precisamos passar da vigilância de emergência para uma vigilância de maior qualidade, comparável à de outros fenômenos respiratórios”, explicou.
Reportagem publicada na Edição 95 da Revista Oeste mostra que, apesar do surto de infecções, a chegada da nova variante pode mesmo mudar os rumos da covid-19.
Uma enquete feita pela revista Nature no começo de 2021 com 100 imunologistas, virologistas e epidemiologistas que pesquisavam o novo coronavírus revelou que cerca de 90% deles acreditavam ser improvável que a covid-19 fosse erradicada. Contudo, será bem mais fácil conviver com uma doença que se comporta da mesma maneira que uma gripe comum. Pelo menos, esse é o cenário que se desenha atualmente no mundo com o aumento de infecções pela nova variante.
“Acredito que, neste ano, a covid vai atingir o nível endêmico e se tornar uma doença como qualquer outra”, afirma o infectologista Francisco Cardoso. “Não vai haver mais elementos para manter o status de pandemia.” O fracasso das tentativas de lockdown impostas no mundo todo mostra que não há como implantar um plano covid zero. O retorno ao normal depende de como a humanidade vai aprender a conviver com a doença.
Se é pra continuar usando a maldita mascara, tô pouco me lixando se a classificação é pandemia ou doença endêmica. Pro inferno com essa realidade.
No caso dela n ser erradicada, então o passaporte de vacina será obrigatório como a identidade e outros documentos?