O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira, 21, que passou a classificar a ação do Exército de Mianmar contra a etnia rohingya como genocídio. A turbulência no país do sudeste asiático já dura cinco anos.
O anúncio veio por meio de um pronunciamento de Antony Blinken, secretário de Estado do país, em movimento diplomático que tende a elevar a pressão internacional à questão de Mianmar.
“Os Estados Unidos concluíram que o genocídio foi cometido sete vezes. Hoje, chegamos a oito. Determinei que membros do Exército de Mianmar cometeram genocídio e crimes contra a humanidade”, declarou Antony Blinken nesta segunda-feira.
Desde 2017, milhares de muçulmanos rohingyas fugiram de Mianmar, que tem maioria budista, em uma repressão militar contra grupos rebeldes. A ação agora começa a ser objeto de avaliação de nações do ocidente, com a primeira iniciativa norte-americana.
Estima-se que mais de 700 mil rohingyas ocupem hoje campos de refugiados no vizinho Bangladesh em situação de penúria. Os militares de Mianmar ainda são acusados de matança em massa, além de crimes como estupros e queima de vilarejos. O governo também responde a críticas por impedir a minoria de obter direitos civis básicos.
“O ataque contra a etnia rohingya é amplo e sistemático, num contexto que foi crucial para chegarmos à determinação de crimes contra a humanidade”, manifestou o secretário de Estado norte-americano.
“As evidências também apontam para uma intenção clara por trás dessas atrocidades em massa, a intenção de destruir os rohingyas no todo ou em parte”, acrescentou Antony Blinken.
Em 2020, a Corte Internacional de Justiça da Organização das Nações Unidas (ONU) determinou que Mianmar deveria tomar medidas para prevenir o genocídio dos rohingyas. No entanto, mesmo com a ação do tribunal em Haia, na Holanda, o impasse interno não apresentou melhorias significativas desde então.