O Senado dos Estados Unidos (EUA) aprovou, no domingo 11, um pacote de ajuda externa de US$ 95 bilhões. O placar foi de 67 votos a favor e 27 contra. Conforme noticiou o jornal Valor Econômico, agora, o texto segue para a Câmara.
O pacote inclui o financiamento de US$ 14 bilhões à guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas, de US$ 60 bilhões para a Ucrânia e US$ 4,83 bilhões para Taiwan, aliado dos EUA.
O montante destinado à Ucrânia servirá para reabastecer munições, armas e outras eventuais necessidades do país, que vai para o segundo ano de guerra contra a Rússia. O pacote fornece ainda US$ 9,15 bilhões em assistência humanitária a civis na Faixa de Gaza, na Cisjordânia, na Ucrânia e em outras zonas de conflito pelo mundo.
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Ao todo, 18 membros do Partido Republicano apoiaram o projeto de lei (PL) mesmo depois de o ex-presidente dos EUA Donald Trump criticar a proposta nas redes sociais. Conforme Trump, a ajuda externa deveria acontecer na forma de empréstimo.
Antes da votação, sem citar nomes, o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, criticou a declaração de Trump. “Isso é trabalho ocioso para mentes ociosas e não tem lugar no Senado dos Estados Unidos”, disse McConnell. “A liderança americana importa. E está em questão.”
O presidente dos EUA, Joe Biden, que estava em busca da aprovação da ajuda à Ucrânia havia meses, disse, na sexta-feira 9, que o Congresso seria culpado de “negligência” caso não aprovasse o projeto.
O próximo passo do Senado deve acontecer nesta segunda-feira, 12, quando os parlamentares devem fazer duas votações processuais: uma para adotar o pacote de ajuda externa como uma emenda a um PL da Câmara; e outra para limitar o debate antes da votação final, que pode acontecer na quarta-feira 14.
O presidente da Câmara, Mike Johnson, que possui maioria republicana, disse que pode dividir as disposições de ajuda em medidas separadas quando o projeto chegar à Casa.
No entanto, uma proposta de ajuda exclusiva a Israel não passou na Câmara na semana passada, pois os democratas, que apoiam o projeto amplo do Senado, e os republicanos, que queriam cortes de gastos, se opuseram ao texto.
EUA: aprovação bipartidária pode ser a solução para pacote de ajuda externa
Em uma visita à Ucrânia na sexta-feira, uma delegação de deputados bipartidária disse que ajudaria na aprovação da medida. Os republicanos do Senado acreditam que esse caminho ajudaria a aumentar o apoio entre o grupo na Câmara.
O apoio da ala pode aumentar se o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, e o presidente da Câmara chegarem a um acordo que permita votações de emendas republicanas.
O partido quer emendas que possam tratar sobre o fluxo de imigrantes pela fronteira entre os EUA e o México, além de renunciar às previsões de assistência humanitária, restringindo a ajuda externa a armas e materiais.
Contudo, alguns republicanos, que são contra conceder mais auxílios à Ucrânia, prometeram atrasar a consideração, o que forçaria o Senado a cumprir uma série de regras parlamentares demoradas.
A lógica de Donald Trump é correta, mas uma doação está acima da lógica e acerta em cheio o campo moral e o fortalecimento da aliança.