Uma investigação da Procuradoria-Geral de Maryland, nos Estados Unidos, encontrou mais de 600 vítimas de abusos sexuais cometidos por membros da Arquidiocese Católica de Baltimore, nos últimos 80 anos.
Os casos estão expostos em um documento divulgado na quinta-feira 17, que busca responsabilizar os autores dos abusos, encobertos há décadas pela Igreja Católica.
O relatório é assinado pelo procurador-geral responsável pela investigação, Brian Frosh, e foi encaminhado à Justiça com o pedido de autorização para divulgar o inquérito completo, de 456 páginas. Frosh argumenta que a exposição é necessária para responsabilizar os culpados e as instituições e melhorar a maneira como as alegações de abuso sexual são tratadas.
A investigação surge duas décadas depois do escândalo de abuso sexual católico dos EUA publicado pelo jornal Boston Globe, que originou o filme Spotlight. Grandes reformas na Igreja e acordos legais multibilionários diminuíram o número de acusações ao longo das décadas.
Segundo o documento, a investigação identificou vítimas de idade pré-escolar até jovens de 18 anos. Há 115 padres envolvidos e que já foram processados ou considerados identificados pela Igreja Católica e 43 padres “acusados de abuso sexual, mas não identificados publicamente pela Arquidiocese”.
A investigação também revelou que a arquidiocese não relatou muitas alegações, não apurou adequadamente os casos, não removeu os responsáveis do sacerdócio e não restringiu o acesso desses a crianças. “Em vez disso, fez grandes esforços para manter o abuso em segredo”, informou o documento.
À imprensa, a arquidiocese afirmou ter cooperado com a investigação, iniciada em janeiro de 2019, com o fornecimento de mais de 100 mil documentos. “A arquidiocese continua a oferecer suas profundas desculpas a todos os que foram prejudicados por um sacerdote da Igreja. A arquidiocese continua comprometida com o alcance pastoral daqueles que foram prejudicados e com a proteção das crianças”, disse o porta-voz da instituição, Christian Kendzierski.
Crimes inescrupulosos devem ser investigados e nunca deveriam ser levados a tribunais especiais ou terem tratamentos especiais.
Religiosos, políticos, juristas, militares… Todos debaixo da mesma lei! Oras!