O governo dos Estados Unidos anunciou, na quarta-feira 1º, um acordo bilateral com Taiwan. O pacto promove integração no comércio digital, de energia limpa e direitos trabalhistas. Os dois países devem colaborar também em áreas fora do mercado, como as conduzidas por empresas estatais.
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Além disso, Gina Raimondo, secretária de Comércio, trabalha em negociações separadas com Taiwan para abordar o comércio e os investimentos em tecnologia. Na mira, a importância dos taiwaneses como líderes mundiais no fornecimento de semicondutores avançados.
“Taiwan é um parceiro incrivelmente importante para nós, especialmente no que se refere a semicondutores”, disse Gina a repórteres na terça-feira. Ela destacou esperar que os laços das duas nações devem continuar se aprofundando, citando conversas ativas com Taipei.
Soberania de Taiwan
A ilha possui governo próprio, mas tem a soberania reivindicada pelo Partido Comunista da China. No mês passado, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, afirmou que interviria militarmente, caso os chineses invadissem o território taiwanês.
Em resposta, Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, disse que “nenhuma força, incluindo os EUA, pode conter os chineses no esforço do povo para reunificar a nação”.
Taiwan, potência tecnológica
Segundo um relatório da Casa Branca, 92% da produção mundial de condutores avançados ocorre no país por meio da Taiwan Semiconductor Manufacturing.
Autoridades dizem que o pacto revelado na quarta-feira mostra o compromisso dos EUA em fortalecer os laços com a ilha. De acordo com o Wall Street Journal, um alto funcionário do governo norte-americano declarou que ‘a gestão “Biden-Harris vê Taiwan como uma democracia líder, uma potência tecnológica e um parceiro econômico e de segurança importante”.
O comércio norte-americano com o país se expandiu acentuadamente depois das tarifas sobre as importações chinesas criadas durante a gestão do ex-presidente Donald Trump.
Produção estratégica
Taipei está no centro das preocupações crescentes das autoridades dos EUA sobre a produção altamente concentrada de semicondutores no leste da Ásia. A questão ganhou urgência em meio à escassez de chips gerada pela pandemia. A falta do item prejudicou a fabricação de produtos eletrônicos de consumo a veículos.
“Imagine o que aconteceria com os Estados Unidos se Taiwan nos negasse semicondutores”, disse Gina durante um painel de discussão no Fórum Econômico Mundial na Suíça na semana passada. “Prevemos que compraremos mais de 70% de todos os nossos semicondutores avançados de Taiwan. Essa é uma situação insustentável e vulnerável.”
A dependência está fazendo os legisladores norte-americanos discutirem o incentivo de US$ 52 bilhões em novos subsídios para impulsionar a fabricação de semicondutores nos EUA e reduzir a dependência do mercado externo.
O Brasil poderia ser a plataforma industrial e tecnológica do mundo não fosse a proteção dessa máquina pública corrupta pelo povo!