A Suprema Corte do Peru decidiu na quinta-feira 15 que o ex-presidente do país Pedro Castillo deve ficar preso preventivamente por pelo menos 18 meses. Nesse período, as autoridades vão investigar a tentativa de golpe em 7 de dezembro, quando ele decretou Estado de exceção e anunciou a dissolução do Congresso. No mesmo dia, os parlamentares aprovaram seu impeachment, e Castillo foi preso, ao tentar fugir para o México.
A decisão judicial não analisou o mérito das acusações de rebelião enfrentadas por Castillo, mas apenas se ele pode ou não ser mantido na prisão, enquanto os promotores conduzem suas investigações sobre as acusações, que também incluem o crime de formação de quadrilha.
O ex-presidente e sua equipe jurídica se recusaram a participar da audiência virtual de quinta-feira, argumentando que faltavam “garantias mínimas”. Castillo foi representado por um defensor público.
Com a deposição de Castillo, a vice-presidente Dina Boluarte assumiu o governo. Desde então, enfrenta protestos, especialmente na capital e no sul do país. Muitos apoiam o ex-presidente e todos pedem a renúncia imediata de Dina. Ao menos sete pessoas morreram durante as manifestações. Pressionada, a presidente já anunciou a antecipação das eleições de 2026 para abril do próximo ano.
Na segunda-feira 12, Argentina, Bolívia, Colômbia e México expressaram, em um comunicado conjunto, apoio a Castillo. O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, afirmou na terça-feira 13 que, para o seu país, “Pedro Castillo continua sendo o presidente”, pois foi eleito pela via democrática.
Na quinta-feira 15, a ministra das Relações Exteriores do Peru, Ana Cecilia Gervasi, disse que convocou os embaixadores do país nos quatro países para consultas, após “interferência nos assuntos internos” do Peru. Na diplomacia, a convocação para consultas acontece quando um país chama de volta seu próprio embaixador para que informe sobre algum aspecto pontual. É um gesto utilizado habitualmente para expressar mal-estar com alguma situação específica.
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