A ex-primeira-dama da Argentina Fabiola Yáñez falou publicamente pela primeira vez depois de denunciar o ex-presidente Alberto Fernández por violência física e mental enquanto foram casados. Ela deu entrevista ao portal argentino Infobae.
Visivelmente abalada durante a entrevista, Fabiola relatou episódios de “terrorismo psicológico”.
“A outra violência da qual fui sujeita durante muito tempo foi o assédio telefônico e o terrorismo psicológico”, disse a ex-primeira dama. “Essa pessoa passou dois meses me ameaçando dia sim, dia não, dizendo que se eu fizesse isso ou aquilo ele cometeria suicídio. Isso não se faz. Isso é um crime.”
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“A violência que existia antes era o assédio”, acrescentou. “Eu tinha que ficar ao telefone o dia todo, porque se não estivesse era como se estivesse fazendo uma coisa ou outra. Com isso, comecei a ficar cada vez mais trancada dentro do apartamento. Não podia ir a um restaurante com os meus amigos.”
Questionada pelo portal se foi vítima de outros tipos de ataques, Fabiola se recusou a responder. Segundo ela, isso se referia a uma informação que fazia parte do processo judicial e não podia comentar o assunto.
A ex-primeira-dama disse ainda que inibidores foram instalados no carro que possuía para que o veículo fosse desligado caso ela dirigisse para longe de casa.
Denúncia contra o ex-presidente da Argentina
A imprensa argentina revelou as acusações de agressão da ex-primeira-dama contra Fernández no último dia 6 de agosto.
De acordo com o jornal argentino Clarín, algumas dessas agressões teriam ocorrido durante a gravidez do filho do casal, Francisco, em 2022.
O caso veio à tona depois do compartilhamento de fotos e áudios entre Fabiola e a secretária do ex-presidente, María Cantero.
Essas evidências foram coletadas durante uma investigação do Ministério Público sobre abuso de autoridade e peculato. Os crimes teriam sido cometidos por Fernández durante o mandato presidencial.
Durante a investigação, as autoridades argentinas fizeram uma perícia no celular de María Cantero, em que encontraram mídias que comprometem o ex-presidente.
Segundo o Clarín, as fotos mostram Fabiola com hematomas no rosto, maxilar inchado e escoriações.
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Áudios também revelaram relatos das agressões na residência oficial da Presidência, a Quinta de Olivos.
Os registros foram divulgados sete meses depois do fim do mandato de Fernández, que deixou o cargo em dezembro de 2023. O caso permanece arquivado na Justiça, já que a mulher decidiu retirar a queixa contra o marido.
O advogado do casal, Juan Pablo Fioribello, confirmou a troca de mensagens entre Fabiola e María Cantero, mas afirmou não ter tido acesso às mensagens.
Segundo Fioribello, o ex-presidente negou veementemente as agressões.
Mulher de malandro é assim: Quanto mais bate, mais gosta…!
Leva um cacete do marido, faz queixa e depois retira a queixa.