A ameaça de uma guerra regional com um possível ataque do Irã a Israel, depois do assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em 31 de julho, tem mobilizado o Congresso Judaico Latino-Americano (CJLA) a buscar junto aos governos uma postura que evite uma escalada do conflito.
“Tenho pedido a representantes de governos que mantenham uma postura que evite a intensificação deste conflito, sem discursos virulentos”, afirma a Oeste o presidente do CJLA, Jack Terpins
“Cabe às nações tentar apaziguar a situação para evitarmos uma guerra, que não é o que deseja Israel, mas o país precisa se defender.”
A entidade, composta por 18 países da América Latina, é um braço do Congresso Mundial Judaico.
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Terpins esteve, no fim de julho, na Argentina, quando participou da cerimônia que lembrou os 30 anos do atentado da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 18 de julho de 1994. Em abril de 2024, a Justiça da Argentina acusou o Irã, por meio do Hezbollah, de estar por trás do ataque, que deixou 85 mortos.
Terpins considera que o momento é delicado e vê com preocupação as ameaças do Irã depois da morte de Haniyeh, cuja autoria não foi assumida por Israel. As Forças de Defesa de Israel, de acordo com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, estão de prontidão.
“Estamos em uma situação perigosa, alguma ação o Irã vai realizar, conversei com várias pessoas no evento relativo à Amia e todos eles consideram o momento bastante tenso.”
Proteger as comunidades de antissemitismo
Ao CJLA, prossegue o presidente, cabe tranquilizar e proteger as comunidades judaicas dos países latino-americanos.
“Temos que estar atentos aos imbecis que ficam acusando Israel e os judeus sem saber o que está ocorrendo”, ressalta ele. “Nunca vi, em outros tempos, alguém colocar aquele mural, na esquina da Paulista com a Consolação, sem nem saber direito do que se trata.”
No domingo 4, um mural com o slogan “Palestina livre do rio ao mar” foi pintado em São Paulo, em um prédio situado no cruzamento entre a Avenida Paulista a rua da Consolação e já retirado por ordem judicial.