A Meta, dona do Facebook e do Instagram, informou que pode remover os conteúdos jornalísticos na Califórnia, nos EUA. A medida deve ocorrer caso o governo estadual aprove uma lei que obriga as redes sociais a pagarem para usar conteúdos jornalísticos em seus serviços.
“Se a lei for aprovada, seremos forçados a remover as notícias do Facebook e do Instagram, em vez de pagar a um ‘fundo secreto’ que beneficia principalmente grandes empresas da mídia de fora do Estado sob o pretexto de ajudar os editores da Califórnia”, informou Andy Stone, porta-voz da Meta, na terça-feira 31.
Aprovada na sexta-feira 2 pela Assembleia Legislativa local, a proposta agora segue para o Senado estadual. Intitulada de “Lei de Preservação do Jornalismo”, a matéria prevê que grandes plataformas, como Meta, Google e Microsoft repassem uma parte de suas arrecadações com publicidade para acessar conteúdos produzidos pela imprensa digital.
O acesso inclui aquisição, rastreamento e indexação do conteúdo jornalístico pelas plataformas. A proposta sugere que 70% do valor obtido com a medida seja destinado para jornalistas contratados pelos veículos.
“Reconhecemos que editores e emissoras colocam seus próprios conteúdos em nossa plataforma”, explicou a Meta. “Além disso, que uma consolidação substancial no setor de notícias locais da Califórnia ocorreu há mais de 15 anos, bem antes de o Facebook ser amplamente usado. É decepcionante que os legisladores da Califórnia pareçam priorizar os interesses nacionais e empresas de mídia internacionais sobre seus próprios constituintes.”
A declaração é a primeira da empresa especificamente sobre o projeto de lei da Califórnia. Contudo, a Meta já travou batalhas semelhantes em relação ao pagamento de veículos de imprensa em âmbito federal, em outros países.
A empresa também informou que tiraria as notícias na plataforma do Canadá, caso uma lei parecida fosse aprovada. No Brasil, o PL 2630, entre outras coisas, prevê a remuneração da mídia.
No início de maio — quando o Congresso poderia aprovar a proposta–, o Google publicou um artigo contra a matéria. Depois da pressão popular, o PL foi retirado de pauta na Câmara dos Deputados, pois o governo entendeu que seria derrotado.
No entanto, nos bastidores, os congressistas da base articulam para pautar a urgência e o mérito do PL 2370 — que trata apenas da remuneração de conteúdos jornalísticos e dos direitos autorais dos artistas nas plataformas digitais. A deputada comunista Jandira Feghali (RJ) é a autora da proposta.
Leia também: “Receita para censura”, reportagem de Cristyan Costa para a Edição 163 da Revista Oeste.
Agora as pessoas terão de pagar para ler as notícias dos jornais.
Bom né ?
Resta a saber se elas vão QUERER pagar.
Outra coisa é que as plataformas divulgam as noticias indicando a fonte delas e isto mostra prestígio para aquelas que trabalham bem.
Porém, poderão também ficar no ostracismo…
Já pensaram nisto ?
A ideia é interessante, pode ser a pá de cal na imprensa mainstream, o público em geral já não confia tanto no establishment jornalístico mas ainda consome através das redes sociais, se forem removidos daí também e não se reinventarem caminharão para o ostracismo.