Hunter Biden, filho do presidente norte-americano, Joe Biden, foi indiciado nesta quinta-feira, 14, por mentir sobre seu vício em drogas e sobre seu porte de arma, em 2018.
Depois, o mesmo Hunter admitiu a dependência em drogas, em seu livro de memórias, Beautiful Things, publicado em 2021.
A acusação formal, apresentada no Tribunal Federal de Delaware, é mais um capítulo de uma série de investigações contra Hunter, que se iniciaram em 2018. Além da questão das drogas, elas estão atreladas às finanças pessoais e suspeitas de lobby ilegal no exterior.
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Hunter foi indiciado porque teria mentido sobre o uso de drogas em um formulário de compra de armas, em 2018, para poder adquirir um revólver Colt Cobra. Nos EUA, possuir armas sendo viciado em drogas ou mentir em um formulário é considerado crime federal.
O filho de Biden firmou um acordo com o Departamento de Justiça, em junho de 2023, para admitir culpa em duas contravenções fiscais. Ele também disse que mentiu sobre o uso de drogas.
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A ideia seria, em dois anos, retirar a acusação de porte de arma ilegal. Hunter se compromeu a fazer testes regulares para garantir que deixou de usar drogas e de se envolver em outros problemas.
Em julho último, porém, a juíza federal Maryellen Noreika, que supervisiona o caso, colocou em dúvida o acordo. Para ela, não ficou claro se Hunter estaria imune a processos pelos outros possíveis crimes. Houve tentativas de renegociação, mas sem conclusão.
Filho de Biden, vício em drogas e porte de arma: o que diz a acusação
“Hunter Biden fez intencionalmente uma declaração falsa por escrito no Formulário 4473, com a intenção e probabilidade de enganar o revendedor”, informou nota do escritório de David Weiss, conselheiro responsável pela acusação.
Weiss foi nomeado pelo ex-presidente Donald Trump, que foi mantido pelo Departamento de Justiça de Joe Biden.
A acusação surge no dia seguinte ao anúncio do presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, de que abrirá um inquérito de impeachment contra Biden.
A base da acusação são alegações de abuso de poder, obstrução e corrupção. As acusações, segundo McCarthy, também têm relação com as investigações contra Hunter.