Uma estudante de 13 anos confessou ter espalhado uma história falsa sobre o professor de história francês Samuel Paty. A mentira desencadeou uma terrível cadeia de eventos que o levou a ser decapitado em outubro de 2020, segundo a imprensa francesa. A advogada da família do professor expressou raiva ontem, terça-feira 9, pela mentira que causou mais uma tragédia em uma França traumatizada por ataques perpetrados por terroristas islâmicos. A menina, cujo nome não foi revelado, disse ao pai dela que Paty, de 47 anos, havia pedido aos alunos muçulmanos que deixassem a sala de aula antes que ele mostrasse aos estudantes caricaturas do profeta Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão e blasfêmia, segundo o jornal britânico Independent.
Com base no relato inicial de sua filha, o pai da menina, Brahim Chnina, apresentou uma denúncia contra o professor e lançou uma virulenta campanha nas mídias sociais contra ele com a ajuda de um ativista islâmico, Abdelhakim Sefrioui. Ao saber das acusações contra o professor, Abdullakh Anzorov, um refugiado checheno radicalizado de 18 anos, o atacou e o decapitou em 16 de outubro, antes de ser morto pela polícia. O refugiado checheno já havia oferecido dinheiro aos alunos para identificarem o professor antes de atacá-lo. Paty foi assassinado em frente à escola secundária Bois d’Aulne, nos subúrbios de Paris.
O pai e o ativista islâmico estão em prisão preventiva acusados de “cumplicidade no assassinato”. A estudante foi acusada de “denúncia caluniosa”. O advogado da garota disse à agência de notícias France Presse que a garota mentiu “porque se sentiu presa em uma cadeia de eventos” e “porque seus colegas pediram para que ela fosse sua porta-voz”. “Havia uma inquietação real, ela se sentiu obrigada a falar”, disse ele. Mas Le Roy rejeitou esta afirmação, dizendo que estava “com raiva” porque a estudante mentiu “desde o início”. “Essa explicação não me satisfaz, deixa-me um pouco irritada porque os fatos são sérios, dramáticos”, acrescentou.
Os promotores afirmaram que há uma “ligação causal direta” entre a campanha on-line contra Samuel Paty e seu assassinato. No total, 14 pessoas foram indiciadas no caso, incluindo seis alunos do ensino médio, três amigos do agressor e três jovens que estiveram em contato com ele nas mídias sociais. O assassinato surpreendeu a França e levou a manifestações e marchas por todo o país.
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Com informações do Estadão Conteúdo
A França como nação livre, acabou.
A inquisição das mídias sociais e das turbas anencéfalas fazendo mais uma vítima e destroçando mais uma família.