A França cogita oferecer seu arsenal nuclear a aliados na Europa, em meio às tensões com a Rússia. O presidente Emmanuel Macron declarou que está pronto para discutir o uso do arsenal atômico francês para garantir a segurança regional.
A incerteza sobre o compromisso dos Estados Unidos com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) motivou a decisão de Macron. “Sempre houve uma dimensão europeia para os interesses vitais da França em sua doutrina nuclear”, afirmou.
A declaração ocorre em meio ao temor de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abandone os aliados e aceite os termos do presidente da Rússia, Vladimir Putin, para a Ucrânia.
A França, quarta maior potência nuclear do mundo, possui submarinos estratégicos e caças Rafale armados com mísseis nucleares. A imprensa britânica especula que Macron cogita posicionar esses aviões na Alemanha, o que aumentará a capacidade de dissuasão da Europa. O Reino Unido, apesar de ser potência nuclear, alinha sua estratégia com os EUA e não oferece defesa nuclear independente à União Europeia.
França enfrenta resistência interna
Putin mantém 1.710 ogivas nucleares prontas para uso, enquanto a França tem 290. O equilíbrio nuclear europeu depende da Otan, que atualmente abriga armas táticas norte-americanas em países aliados. A incerteza sobre o apoio de Washington impulsiona o debate sobre uma estratégia nuclear europeia autônoma.
Internamente, Macron enfrenta resistência política. Marine Le Pen, líder da direita francesa, criticou a proposta. “A dissuasão nuclear francesa deve permanecer francesa”, disse. “Não deve ser compartilhada, muito menos delegada.” A Polônia também deseja estar sob o guarda-chuva nuclear dos EUA, especialmente depois de Putin posicionar armas em Belarus.
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