Desde o início do governo Trump, autoridades dos Estados Unidos prenderam cerca de uma dúzia de supostos integrantes da gangue venezuelana Tren de Aragua, informa a AFP. Eles estão envolvidos na venda e posse ilegal de armas, segundo fontes judiciais.
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Dez suspeitos ligados ao grupo foram acusados formalmente nesta semana, segundo anunciaram autoridades de Nova York. Eles estão sendo responsabilizados por tráfico de armas, conspiração e outros crimes.
A operação foi batizada de Descarrilamento do Trem. Resultou em uma investigação prolongada. Caso sejam condenados, os acusados, em sua maioria, podem pegar até 25 anos de prisão.
Realizada em Nova York, Texas, Miami e Colorado, a ação das forças de segurança levou à apreensão de 34 armas de fogo, incluindo dois rifles de assalto, além de 48 gramas de uma mistura de drogas conhecida como tusi ou “cocaína rosa”.
A promotora de Queens, Melinda Katz, afirmou que os detidos atuavam em diferentes funções dentro da organização e que a presença da gangue já se estende a Estados como Connecticut, Pensilvânia, Texas, Flórida e Colorado.
Um dos presos, Anderson Zambrano Pacheco, foi denunciado por posse ilegal de armas. Ele é acusado de participar de um ataque a um prédio na cidade de Aurora, Colorado, em agosto passado. O episódio foi um dos catalisadores para que Trump, durante sua campanha, incluísse o Tren de Aragua em sua agenda de combate à imigração ilegal.
“Os membros do TDA participaram de inúmeros ataques a tiros e assassinatos (…). Grande parte da violência se deve a hostilidades entre membros e ex-membros da gangue”, afirmou um dos investigadores, Michael Bonner.
O Departamento de Estado dos EUA já havia reconhecido a expansão da gangue para o país e, em julho, ofereceu recompensas por três de seus líderes, supostamente escondidos na Colômbia e na Venezuela.
Gangues são consideradas terroristas
Ao assumir o segundo mandato, Trump classificou como organizações terroristas cartéis do narcotráfico e gangues criminosas, como o Tren de Aragua e a MS-13, originária de El Salvador.
O ex-agente da Agência de Combate a Drogas dos Estados Unidos (DEA, na sigla em inglês), Mike Vigil, porém, contestou a dimensão da ameaça, afirmando que a facção “não é forte” nos Estados Unidos e acusando Trump de superestimar sua presença para justificar medidas contra a imigração. “Ele apresenta essa gangue como se fosse uma invasão, mas isso não é verdade.”
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O Departamento de Segurança Interna não confirmou à AFP o número total de detidos ligados ao grupo.
Nesta sexta-feira, 31, o enviado especial para a América Latina, Mauricio Claver-Carone, informou que Trump vai pressionar o governo de Nicolás Maduro a repatriar “todos os criminosos e membros de gangues venezuelanos que foram enviados aos Estados Unidos”.
Trump é um exemplo de como inserir a nação em primeiro lugar