O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, renovou, no discurso de terça-feira 3, seu interesse em adquirir a Groenlândia. Ele ressaltou a promessa de prosperidade e segurança para o “povo incrível” da ilha, que vive uma crise social.
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A Groenlândia é uma região autônoma, mas está incluída como um dos três países constituintes do Reino da Dinamarca.
A maior parte da população, segundo pesquisas, não quer que os EUA se apossem do país. A situação, porém, é grave, do ponto de vista social, conforme reportagem do Le Monde. A Groenlândia enfrenta problemas como o aumento da pobreza e da falta de perspectiva da população.
Uma grande quantidade de pessoas está em situação de rua e o país tem uma das mais altas taxas de suicídio do mundo. No dia 11 de março, haverá eleições, que sempre trazem expectativa de melhorias. No entanto, na campanha, pouco se falou sobre essa questão social.
Relatório do Nordic Insights declarou que “enfrentar a desigualdade e a pobreza se tornou um dos desafios mais urgentes” do país.
Em 2023, 17,4% dos lares groenlandeses viviam abaixo de 60% da renda média da União Europeia (UE). Trata-se da maior taxa entre os países nórdicos. Dinamarca e Noruega mantêm taxas relativamente estáveis, de 12% e 11%, respectivamente. O recente aumento da Suécia para 16% indica também que o problema não deixa de ser regional.
A taxa de pobreza da Groenlândia ainda se mantém ligeiramente acima da média da UE, de 16,2. Mas o relatório alerta para a trajetória ascendente, que é preocupante.
“Especialmente na ausência de fatores externos, como imigração significativa, que frequentemente explicam tendências semelhantes em outros lugares.”
Desta maneira, a fala de Trump tende a atrair pelo menos uma parte dos cidadãos que, até o momento, se mostram contrários a uma adesão aos EUA.
“Nós vamos garantir sua segurança, torná-los prósperos e, juntos, vamos levar a Groenlândia a um nível de sucesso que vocês nunca imaginaram.”
Outros problemas
Em dezembro último, o país passou por um colapso da rede de energia. Com temperaturas congelantes de -17ºC, cidades como Nuuk, a capital, ficaram no escuro. Muitos moradores se refugiaram nos carros, em busca de aquecimento.
A Dinamarca é a responsável pela segurança e defesa da Groenlândia. Com a intenção de Trump, o governo dinamarquês cogita comprar dois novos navios de inspeção do Ártico. O objetivo é o de aumentar as patrulhas de trenós puxados por cães para reforçar sua presença militar na Groenlândia.
O exército dos EUA já tem uma base militar permanente em Pituffik, no noroeste do país. A localização estratégica é vital para o exército dos EUA e seu sistema de alerta antecipado de mísseis balísticos, já que a rota mais curta da Europa para a América do Norte passa pela ilha.
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Trump, em seu discurso no Congresso, nesta semana, reiterou, conforme relata a Reuters, a importância estratégica do país, cuja economia é baseada na pesca, para os EUA.
“É uma população muito pequena, um pedaço de terra muito, muito grande e muito, muito importante para a segurança militar.”
