O Carrefour enfrenta um novo baque em seus planos de expansão da marca Atacadão na França. Pela segunda vez, uma revolta política e dos comerciantes franceses põe em risco o novo projeto. O conglomerado vê um forte movimento protecionista por parte da opinião pública.
Comprado em 2007, o Atacadão virou a principal fonte de receita do grupo no Brasil. Só em 2022, o faturamento do estilo atacarejo passou dos R$ 67 bilhões, enquanto o setor de varejo, principalmente as unidades Carrefour, registraram pouco mais de R$ 26 bilhões.
Confirmado o sucesso das lojas atacadistas, a empresa planejava implantar esse modo de comércio na França — o que não foi visto com bons olhos pela comunidade.
Políticos de esquerda barram Atacadão do Carrefour na França
Em um movimento de proteção ao comércio local, deputados, prefeitos e empresários iniciaram uma forte oposição à abertura do Atacadão na França.
A primeira derrota para a companhia começou a partir de um abaixo-assinado intitulado “Non à Atacadão” (Não ao Atacadão), o que fez o Carrefour desistir de abrir sua unidade na comuna de Sevran, pequena vila com cerca de 50 mil habitantes.
A resistência, liderada por políticos da esquerda, lançou uma petição inspirada na decisão de Sevran, que usa como argumentos contrários ao Atacadão os possíveis riscos para os empregos e a queda na qualidade da oferta de produtos.
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Apesar dos impasses, o projeto de inauguração do primeiro Atacadão tem uma esperança de vingar, já que o prefeito da cidade de Aulnay-sous-Bois, Bruno Beschizza, localizada a 30 minutos de Sevran, apoia a chegada da loja na região.
O projeto prevê investir € 10 milhões para transformar o Carrefour da cidade em Atacadão. A inauguração está prevista para o ano que vem, mas o projeto já desperta resistência de políticos da oposição e de parte da população.