O vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitri Medvedev, afirmou no domingo 30 que a Rússia pode ser forçada a usar armas nucleares na guerra contra Ucrânia, caso a contraofensiva do inimigo for bem-sucedida.
A declaração em tom hipotético foi feita em uma postagem no aplicativo Telegram, poucas horas depois que o Ministério da Defesa da Rússia acusou Kiev de atacar Moscou com três drones.
“Imaginem que a ofensiva, em conjunto com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), deu certo e acabou com a retirada de parte do nosso território”, afirmou Medvedev. “Então, teríamos que usar armas nucleares em virtude das estipulações do Decreto Presidencial Russo. Simplesmente não haveria outra solução.”
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A afirmativa é a mais recente de uma série de ameaças nucleares feitas pelo principal aliado do presidente Vladimir Putin no âmbito da guerra. Levanta-se, nesse sentido, a possibilidade de que a Rússia poderia perder a guerra depois de quase 18 meses de desgaste — uma admissão rara de um alto funcionário russo.
Medvedev já fez outras ameaças sobre uso de armas nucleares pela Rússia na guerra contra a Ucrânia
Em janeiro de 2023, enquanto os Estados membros da Otan debatiam novos envios de armas para a Ucrânia, Medvedev disse que a derrota da Rússia na guerra da Ucrânia poderia levar a um conflito nuclear.
Já no mês de abril, ele alertou sobre a expansão nuclear russa caso a Suécia e a Finlândia se juntassem à Otan. Helsinque ingressou na aliança militar no final daquele mês, enquanto o caminho de Estocolmo para a adesão à Otan foi aberto no início de julho, depois que a Turquia retirou suas objeções.
Se já estão ameaçando apelar, é porque admitem que não tem condições de derrotar a Ucrânia de forma convencional.