A liderança do grupo terrorista Hamas afirmou nesta segunda-feira, 6, que aceitou uma proposta de cessar-fogo em Gaza, feita pelo Egito e pelo Catar. A informação foi dada no momento em que parecia que as negociações haviam desmoronado. Israel se preparava para uma operação militar em Rafah e pediu que civis deixassem a cidade na Faixa de Gaza.
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O acordo está em análise do governo de Israel. O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já adiantou que não aceita um cessar-fogo permanente e quer a libertação por etapas de todos os reféns vivos. Nos trinta primeiros dias de trégua, seriam libertados 33, em troca de prisioneiros palestinos.
A aceitação da proposta catari e egípcia foi realizada por meio de um comunicado de Ismail Haniyeh, chefe do Hamas, que vive no Catar. Ele avisou o primeiro-ministro do Catar e o chefe da inteligência do Egito.
A Reuters apurou junto a um funcionário do Hamas, Taher Al-Nono, que a negociação supostamente incluía um cessar-fogo e a reconstrução da Faixa de Gaza. Além do retorno dos deslocados e da libertação dos prisioneiros palestinos.
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A desconfiança do governo israelense, segundo Oeste apurou junto à entidade Alma Research, especializada em assuntos militares no país, é a de que o Hamas apenas tente ganhar tempo para adiar uma incursão israelense em Rafah.
A cidade, que tem mais de um milhão de refugiados vindos de outras regiões de Gaza, é considerado o último bastião do grupo terrorista. Os chefes do Hamas também estariam escondidos nesta região.
Conversa entre Netanyahu e Biden
A possibilidade, entretanto, de um acordo ainda existe. Principalmente no caso de os Estados Unidos garantirem que os objetivos de Israel de desmantelar o poderio militar do Hamas não será abalado.
O presidente norte-americano, Joe Biden, teve uma conversa de 30 minutos com Netanyahu, na tentativa de encontrar meios para que Israel aceite um cessar-fogo momentâneo.
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Para tanto, Biden atualizou Netanyahu “sobre os esforços para garantir um acordo de reféns, inclusive por meio de negociações em andamento nesta segunda-feira em Doha, Catar”, de acordo com a Casa Branca.
Também foi garantido, pelo norte-americano, que situações como a do último ataque com foguetes lançados pelo Hamas à passagem de Kerem Shalom não se repetirão. No domingo 5, o grupo terrorista impediu a passagem de ajuda humanitária à própria população, algo que acaba se voltando contra Israel, inclusive na visão da opinião pública. Três soldados das Forças de Defesa de Israel foram mortos.
“O primeiro-ministro concordou em garantir que a passagem de Kerem Shalom esteja aberta para assistência humanitária aos necessitados” e “o presidente reiterou a sua posição clara sobre Rafah”, completou a Casa Branca.