As manifestações de palestinos contra o Hamas, nesta semana, vieram para demonstrar algo que o Centro Palestino de Pesquisa de Política e Estudos, que se diz independente em relação ao grupo terrorista, já detectara na sua mais recente pesquisa.
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Em setembro de 2024, o centro informou que o apoio aos ataques de 7 de outubro havia despencado 13%, chegando a 39% da população de Gaza, o que revelava que a maioria da população já se cansou de várias práticas do grupo.
A mesma entidade declarou em um trecho que seus agentes foram presos pelo Hamas por realizarem pesquisas com a população, o que demonstra a intenção do grupo terrorista em cada vez mais evitar a transparência na divulgação de dados.
Isso é mais um fator que coloca em xeque todos os números fornecidos pelo Hamas a respeito da quantidade de mortos e feridos nesta guerra.
“A maioria da nossa equipe trabalha conosco há 20 anos ou mais, e alguns foram presos por agentes de segurança do Hamas simplesmente por realizarem entrevistas com habitantes de Gaza”, informou a instituição, em texto que tenta explicar a acusação de falsificação de documento, feita por Israel.
A ideia de falsificar documentos da instituição é algo que interessa ao Hamas, de acordo com as Forças de Defesa de Israel (FDI). O grupo, neste momento, está pressionado por um importante movimento de dissidência dentro da Faixa de Gaza.
Manifestações contra o Hamas
Centenas de pessoas foram às ruas, nesta semana, para pedir o fim da guerra entre o Hamas e Israel e exigir que o grupo deixe o poder.
“Antes de 7 de outubro, o Hamas ainda contava com uma base considerável de apoio, sobretudo por se posicionar como resistência diante da estagnação política da Autoridade Palestina (ANP) e da ocupação israelense”, afirma a Oeste Karina Caladrin, pesquisadora do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (IRI-USP) e colaboradora do Instituto Brasil-Israel.
“O ataque brutal contra civis israelenses, seguido por uma resposta militar devastadora, colocou em xeque a legitimidade do grupo aos olhos de muitos palestinos, especialmente em Gaza. Há uma percepção crescente de que o Hamas colocou a população em risco extremo sem oferecer uma saída política viável.”
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As manifestações contra o Hamas ocorreram em Beit Lahia, no norte de Gaza. E foram os maiores levantes contrários à facção em Gaza desde o início do conflito, em outubro de 2023. Vídeos compartilhados por ativistas mostraram pessoas nas ruas aos gritos de “fora, fora, fora, Hamas, fora”.
Essas manifestações aconteceram depois da retomada da ofensiva militar israelense em Gaza, reiniciada com o fim de dois meses de cessar-fogo.
Os palestinos estão acordando ???