Um dos principais centros de formação de talentos dos Estados Unidos, Harvard vive um momento de obsessão por diversidade em seu campus. Um editorial do Wall Street Journal da última quarta-feira, 1º, reflete sobre a política de cotas raciais da universidade, que tem se chocado com a cultura do mérito.
O editorial é escrito por Alan M. Dershowitz, professor emérito da Escola de Direito de Harvard e autor do livro The Case for Color-Blind Equality in an Age of Identity Politics (A defesa da igualdade para daltônicos em uma era de políticas de identidade).
O texto do professor Dershowitz alerta para uma confusão de valores em universidades norte-americanas de elite, baseadas em decisões recentes da Suprema Corte do país a respeito de cotas raciais.
“Chegou a hora de as universidades abandonarem seus esforços para alcançar uma diversidade superficial e artificial baseada na raça”, diz o professor universitário.
No entendimento de Dershowitz, o programa de ação afirmativa de raça implementado em Harvard assegura um espaço para negros, mas tende a limitar estudantes de outros grupos étnicos, como asiático-americanos academicamente qualificados.
“Acredito que o resultado de uma política baseada no mérito ofereceria uma diversidade mais significativa. O resultado de tal política provavelmente daria lugar a mais diversidade política, ideológica, geográfica, religiosa e outros tipos que são pelo menos tão relevantes para a missão educacional da universidade quanto raça e etnia”, comenta o acadêmico.
O texto opinativo prossegue argumentando que o meio acadêmico deve tentar ir além do clichê que o termo meritocracia geralmente inspira. Para o professor Dershowitz, as universidades precisam procurar outras maneiras de medir a qualificação de aspirantes além do desempenho por notas, valorizando recomendações e conquistas fora da escola.
“A adoção do mérito como princípio norteador para a admissão na faculdade pode não resultar no tipo de representação racial e étnica que as universidades agora desejam, mas seu resultado seria uma diversidade mais autêntica.”
O autor do texto cita uma frase célebre do ativista Martin Luther King Jr., que na década de 60 do último século afirmou sonhar “que um dia meus quatro filhos vivam em uma nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”.
“É um sonho pelo qual vale a pena lutar. No entanto, nunca será alcançado enquanto favorecermos fatores não meritocráticos nas admissões universitárias”, conclui o professor emérito da Escola de Direito de Harvard.
Fundada em 1636, Harvard fica na cidade de Cambridge, no Estado de Massachusetts, e atualmente conta com mais de 22 mil alunos. Entre os ex-alunos famosos estão os ex-presidentes Theodore Roosevelt, John Kennedy e Barack Obama, o criador do Facebook Mark Zuckerberg, o cientista Neil deGrasse Tyson, além de vários escritores, como T. S. Eliot, Margaret Atwood e Ralph Waldo Emerson.
Essa vontade de queimar a rosca de alguns enrustidos dá nessa palhaçada!
A palavra Universidade deveria denominar algo universal com critérios abertos de admissão e não delimitados por ideologias sectárias.
Eu assinava uma revista americana, especializada na minha area. Em 2020, ela passou a dar espaço para os culturalmente e socialmente diversos, a que da da qualidade foi tanta, que cancelei minha assinatura. A revista tradicional virou lixo puro.
Me parece mais uma embaralhada dos símbolos e valores, estratégia base dos coletivistas: a desconstrução linguística. Notem que advoga a favor de uma política aceita como justa, a meritocracia, ao mesmo tempo que a redefine como não apenas nota, mas impacto social, ou caráter. Ou seja, destrói a meritocracia e a substitui por um outro padrão (subjetivo) de igualdade de oportunidade.
O professer está coberto coberto de razão.