Mais de 400 estrangeiros, incluindo idosos e crianças, estão, há várias semanas, vivendo no O´Hare International Airport, em Chicago, um dos mais movimentados dos Estados Unidos (EUA). Diante da crise, o prefeito esquerdista, o democrata Brandon Johnson, não encontra abrigos na cidade para acomodar os imigrantes ilegais que, de maneira crescente, não param de chegar em busca de asilo.
Separados por uma pesada cortina preta dos demais passageiros que circulam pelo local, os imigrantes foram colocados no Terminal 1, na área dos ônibus. Eles dormem em mantas e almofadas espalhadas pelo chão e usam os banheiros do aeroporto. A grave situação aumenta a preocupação das autoridades e da população com segurança e saúde pública.
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Com cerca de 2,6 milhões de habitantes, Chicago é a maior cidade do Estado de Illinois e a terceira maior dos Estados Unidos. De acordo com a imprensa local, doenças estão se espalhando rapidamente entre quem está vivendo no aeroporto. Uma equipe de médicos voluntários fez uma visita aos imigrantes durante o verão, levando medicamentos que logo acabaram.
Uma empresa privada de segurança tem monitorado o movimento dos “moradores”. Os abrigos disponíveis estão lotados, razão pela qual as pessoas ainda não foram transferidas. Seguindo o modelo usado em Nova York para enfrentar a crise imigratória, a prefeitura de Chicago afirma que, em semanas, também pretende instalar tendas para acomodar os estrangeiros durante o inverno rigoroso que se aproxima.
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A cidade está fornecendo alimentos em horários específicos. Os imigrantes também contam com a ajuda de voluntários que levam comida e roupas.
A medida que mais imigrantes chegam, a maioria por avião, os serviços existentes ficam cada vez mais sobrecarregados. A ex-senadora democrata e atual subchefe de gabinete, Cristina Pacione-Zayas, disse que, aos poucos, estão construindo novos abrigos. Ela afirmou, ainda, que, desde maio, 3 mil imigrantes foram assentados em 15 novos locais.
Apoiado pelo Sindicato dos Professores, o prefeito Johnson, líder sindical progressista, assumiu o cargo em maio, depois de vencer uma eleição marcada por racha entre os democratas. Ele sucedeu a também esquerdista Lori Lightfoot.
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As histórias por trás da crise dos imigrantes ilegais em Chicago
Relatos semelhantes cruzam a vida desses estrangeiros em situação de miséria e que vivem no chão de um aeroporto na tão sonhada terra norte-americana. Sem dinheiro, sem moradia e sem status imigratório, a maioria é proveniente da Venezuela, que foge do regime comunista de Nicolás Maduro.
Maria Daniela Sanchez Valera, de 26 anos, conta que precisou atravessar uma região perigosa de selva no Panamá, com a filha de 2 anos, antes de conseguir voo e aterrissar em Chicago. Ela fugiu da Venezuela há seis anos e estava morando no Peru, onde o pai da filha foi morto.
Maria Daniela disse que gostaria de pegar o trem para ir ao centro de Chicago, mas não tem US$ 5 para a passagem. “Muitas pessoas conseguiram sair e dizem que nos lixões há roupas boas para crianças.”
Outra venezuelana que chegou aos EUA dias atrás e está morando no aeroporto, é Yoli Cordova, de 42 anos. Ela se despediu das filhas e conta que deixou a Venezuela depois de sofrer discriminação por causa da sua sexualidade. “Não sei se eles vão me ajudar aqui, disse, chorando. “Eu realmente não sei o que fazer, para onde ir.”
E depois criticam o Brasil que acolheu milhões de Venezuelanos…