A Justiça da Índia condenou 38 pessoas à morte por atentados que deixaram 56 mortos e 200 feridos em Ahmedabad, em 2008. A sentença saiu nesta sexta-feira, 18.
Um grupo islâmico que se autodenomina Mujahideen indiano reivindicou a responsabilidade pelos ataques na época. Ao todo, 49 envolvidos no caso foram sentenciados e 11 deles devem permanecer na prisão pelo resto de suas vidas.
Processo durou 14 anos
No processo que durou mais de uma década, 1,1 mil testemunhas foram chamadas para depor.
O caso foi arrastado por brechas no sistema legal da Índia e atrasos processuais, incluindo uma batalha legal de quatro dos acusados para voltar atrás com suas confissões.
Em 2013, mais de uma dúzia dos réus tentaram escapar da prisão usando pratos de comida como ferramentas de escavação.
Ao todo, 77 acusados ficaram detidos por anos, com exceção de um que foi liberado depois de um diagnóstico de esquizofrenia.
Atentado
Os crimes em 2008 teriam sido uma resposta a disputas religiosas que ocorreram seis anos antes, quando pelo menos mil pessoas — a maioria muçulmanas — foram mortas e torturadas em Ahmedabad.
Na época, a onda de violência foi motivada pelo assassinato de 59 hindus ocorrido em um trem, quando retornavam de um local sagrado para a religião. Na ocasião, 31 muçulmanos foram condenados pelas mortes.
O número de prisioneiros listados no “corredor da morte” indiano até o final 2021 era de 488 pessoas, conforme um relatório de um grupo de defesa de reformas legais.
A última execução foi em março de 2020, quando quatro homens condenados pelo estupro e assassinato de uma estudante em um ônibus em Nova Délhi foram enforcados.