Medicamento está sendo utilizado na luta contra a covid-19
A Índia é o maior fabricante e exportador mundial de medicamentos, mas grande parte de sua matéria-prima vem da China. A paralisação das fábricas chinesas atrapalhou a produção indiana, o que fez com que o governo de Nova Délhi proibisse a exportação de cerca de 20 drogas, incluindo paracetamol e hidroxicloroquina.
Esses dois produtos são utilizados na luta contra a covid-19 e sua demanda internacional explodiu.
Na segunda-feira, 6, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionou a Índia a enviar ao país seu pedido de cloroquina. O governo indiano cedeu imediatamente, de acordo com a Rádio França Internacional.
Trump vê os remédios como um “tratamento potencial” e acredita que a hidroxicloroquina pode representar um ponto de virada no combate à pandemia.
A mudança de postura aconteceu depois de um telefonema entre Donald Trump e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. “Se ele não autorizar a saída (…), pode haver represálias, por que não haveria?”, declarou Trump, aumentando a pressão sobre o chefe de governo indiano.
“Também forneceremos esses medicamentos essenciais a alguns países particularmente afetados pela epidemia”, informou um porta-voz da diplomacia indiana.
A agência norte-americana de vigilância sanitária liberou a utilização do medicamento nos Estados Unidos para o tratamento de pacientes com sintomas graves da covid-19 internados em hospitais. A decisão foi tomada em caráter emergencial para o combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus.
De acordo com o jornal The Times of India, além dos Estados Unidos, outros países, entre eles Austrália, França, Alemanha, Reino Unido e Brasil, criticam a política da Índia de “exclusividade nacional”.
Esses dois medicamentos preciosos serão exportados a partir de agora para os países vizinhos e os mais afetados pela pandemia, incluindo os Estados Unidos.
Uso de cloroquina no Brasil
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou o uso de cloroquina — apenas para pacientes hospitalizados e em estado grave — e determinou a dosagem específica da droga.
Em nota informativa divulgada em 27 de março, o Ministério da Saúde estabelece as regras para o emprego do fármaco. Diz o documento: “O ministério disponibilizará para uso, a critério médico, o medicamento cloroquina como terapia adjuvante no tratamento de formas graves, em pacientes hospitalizados, sem que outras medidas de suporte sejam preteridas em seu favor. A presente medida considera que não existe outro tratamento específico eficaz disponível até o momento”.