A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que o Irã iniciou a produção de urânio metálico, violando o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), acordo internacional assinado pelo próprio país há seis anos. Em 8 de fevereiro, inspetores da agência confirmaram que foi produzida uma pequena quantidade do material — 3,6 gramas — em uma instalação na província iraniana de Isfahan, segundo a agência de notícias Associated Press. Em janeiro, a AIEA indicou que o Irã havia informado sobre o início da instalação de equipamentos para a produção de urânio metálico, adicionando que o país mantém seus planos para realizar pesquisa e desenvolvimento desta produção, como parte de seu “objetivo declarado de projetar um tipo melhorado de combustível”. No entanto, o urânio metálico pode ser usado para a produção de armas nucleares e, por isso, sua pesquisa foi proibida pelo JCPOA. Após o anúncio, a Alemanha, a França e o Reino Unido observaram que Teerã não possui “nenhum uso civil convincente” para o urânio metálico. Sua produção, segundo os países europeus, “tem potencialmente implicações militares graves”. Por sua vez, o porta-voz da chancelaria iraniana, Saeed Khatibzadeh, declarou que o urânio metálico também tem aplicações civis. “Uma série de países estão utilizando atualmente o combustível com base metálica para seus reatores e isso não contradiz os compromissos do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares”, afirmou.
O JCPOA foi firmado em 2015 por Teerã e o grupo 5+1 (Reino Unido, China, França, Rússia, Estados Unidos e Alemanha).
Leia também: “Jornalista dissidente do regime iraniano é executado”