As Forças de Defesa de Israel anunciaram, neste domingo, 29, que bombardearam instalações do grupo terrorista Houthi no Iêmen. Trata-se de uma resposta aos recentes ataques do grupo ao território israelense.
No sábado 28, militares israelenses interceptaram um míssil disparado do Iêmen que tinha como alvo o centro de Israel.
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Segundo o Exército israelense, a operação neste domingo atingiu usinas de energia e um porto marítimo, utilizado para transferir armas e suprimentos aos Houthis.
Depois da operação, o chefe do Estado-Maior de Israel, Herzi Halevi, declarou: “Sabemos como chegar longe, sabemos como chegar ainda mais longe e sabemos atacar com precisão. Esta não é uma mensagem, é uma ação”.
Ele destacou que as operações irão continuar, inclusive no Líbano, onde as forças israelenses eliminaram o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah. “Continuamos destruindo armas e eliminando agentes”, salientou Halevi.
Quem é o Houthi, rival de Israel
O Houthi, também conhecido como Ansar Allah (“Partidários de Deus”), é uma organização terrorista que surgiu no Iêmen, com base principalmente nas regiões montanhosas do norte do país. O grupo tem suas raízes em uma seita minoritária dentro do Islã xiita, chamada Zaidismo, que compartilha algumas semelhanças com o Islã sunita, mas também apresenta diferenças significativas.
A origem
O grupo Houthi foi fundado na década de 1990, inicialmente como um movimento cultural e religioso, com o objetivo de revitalizar a identidade zaidita no Iêmen, que havia sido marginalizada durante o governo central. Seu nome deriva da família Houthi, que foi uma das principais lideranças do movimento, em especial Hussein Badreddin al-Houthi, que morreu em 2004, tornando-se um mártir para o grupo.
A insurgência armada do Houthi começou de fato em 2004, em resposta ao governo do então presidente, Ali Abdullah Saleh, que havia governado o Iêmen por décadas. A repressão por parte do governo foi violenta, levando a uma série de conflitos esporádicos entre o Houthi e as forças do governo ao longo dos anos.
A guerra no Iêmen
Em 2011, o Houthi se aproveitou da instabilidade gerada pela Primavera Árabe e começou a ganhar influência. Em 2014, ele se tornou a capital do Iêmen, Sanaa, e derrubou o governo do presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi. Este evento marcou o início de uma guerra civil no país, que envolveu uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, que intervém em apoio ao governo de Hadi, enquanto o Irã é frequentemente acusado de apoiar os Houthis.
O conflito devastou o Iêmen, o que resultou em uma crise humanitária de grandes proporções, com milhares de mortos e milhões de deslocados. A guerra também transformou o Iêmen em um campo de batalha por procuração entre as potências regionais da Arábia Saudita e do Irã.
O Houthi tem sido amplamente acusado de receber apoio militar e logístico do Irã, embora essa relação seja negada por ambos os lados. Além disso, o grupo é criticado por violações de direitos humanos, incluindo o recrutamento de crianças-soldados e ataques indiscriminados a civis.