Israel está se preparando para preencher a lacuna deixada no mercado europeu pelas sanções aplicadas ao gás natural russo, disse a ministra da Energia do país, Karin Elharrar, nesta quinta-feira, 7.
“O mercado de energia está enfrentando uma escassez substancial depois da crise na Rússia”, disse o chefe da pasta. “Israel vê uma oportunidade — e irá aproveitá-la ao máximo.”
A Rússia fornece à Europa cerca de 40% de seu consumo de gás natural por ano (mais de 150 bilhões de metros cúbicos). Em razão dessa alta quantidade de oferta, Jerusalém não será capaz de tomar totalmente o lugar da Rússia.
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Os países do Mediterrâneo Oriental — Grécia, Jordânia, Turquia e Egito — podem fornecer aos países europeus aproximadamente 20 bilhões metros cúbicos por ano. Já os Estados Unidos prometeram oferecer até 20 bilhões. O Catar, por sua vez, pretende exportar de 20 a 30 bilhões.
O plano de Israel é que o gás natural passe pela planta de liquefação do Egito e depois seja enviado para a Europa. O acordo de cooperação foi firmado em uma reunião do ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, com o chanceler do Egito, Sameh Shoukry.
“Estamos preparados para examinar outras opções, como produzir gás natural em Israel e outros oleodutos”, disse Elharrar. “Estou me reunindo com outras empresas, para ouvir suas ofertas.”
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Resumindo tudo, é só mais um concorrente dos americanos nessa história, com a vantagem de localizarem mais próximos da Europa, só isso. Sem gasoduto, como os russos, nada disso vai resolver o consumo gigantesco do continente europeu. O gás sairá da plataforma e irá para uma planta de liquefação no Egito para depois ser transportado à Europa, regaseificar nos terminais que não existem em quantidade suficiente e distribuir aos consumidores finais. Isso não vai funcionar a contento, porém não custa nada tentar.