As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram na madrugada desta quarta-feira, 15 (no horário local) uma “operação precisa e direcionada” dentro do maior hospital da Faixa de Gaza, o Al-Shifa, para prender terroristas e libertar reféns. O número de militares na operação ainda não foi informado.
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Trata-se de uma das mais delicadas operações de Israel desde o início da guerra, desencadeada pelo ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro, que deixou 1,4 mil mortos.
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Segundo equipes da Organização das Nações Unidas (ONU), há pelo menos 600 pacientes no hospital, médicos e outros profissionais de saúde e 1,5 mil refugiados.
Em uma postagem no Twitter, os militares disseram que “Israel está em guerra com o Hamas, não com os civis em Gaza” e que entre os integrantes das FDI há médicos e pessoas que falam árabe, justamente para lidar com os doentes.
“As forças das FDI incluem equipes médicas e falantes de árabe, que passaram por formação específica para se prepararem para este ambiente complexo e sensível, com a intenção de que nenhum dano seja causado aos civis usados pelo Hamas como escudos humanos”, informou o governo de Israel.
Israel alertou sobre uso militar do hospital em Gaza
Na mesma publicação, os militares afirmam que os terroristas tiveram tempo para deixar o hospital, que vinha sendo usado para operações do Hamas. “Nas últimas semanas, as FDI alertaram publicamente repetidas vezes que o uso militar continuado do hospital de Shifa pelo Hamas põe em risco o seu estatuto protegido pelo direito internacional, e permitiu tempo suficiente para pôr fim a este abuso ilegal do hospital”, reforçaram as FDI.
O aviso para a saída foi repetido na terça-feira 14, informou Israel. “Ontem, as FDI comunicaram mais uma vez às autoridades relevantes em Gaza que todas as atividades militares dentro do hospital devem cessar dentro de 12 horas. Infelizmente, eles não o fizeram.” Nos últimos, Israel também recomendou a evacuação da unidade.
O porta-voz militar das FDI, Daniel Hagari, disse que “a operação é baseada em inteligência e necessidade operacional”. “A ação não quer machucar pacientes, pessoal médico ou os cidadãos que estão no hospital”, afirmou no Twitter/X.
As IDF afirmam que o hospital abriga, em túneis sob o prédio, o centro de comando militar do grupo palestino que comanda Gaza desde 2007. Na terça, o governo dos Estados Unidos disse ter confirmado o relato israelense.
O Al-Shifa começou a ser cercado no fim da semana passada por tanques e há registro de combates perto de seus portões.