Bezalel Smotrich entregou o cargo de ministro das Finanças de Israel nesta segunda-feira, 31. Em carta enviada a Benjamin Netanyahu, ele expôs o racha interno da coalizão e transformou sua saída em ato político.
O estopim veio das pressões de Itamar Ben Gvir, líder do partido Jewish Power. Desde o retorno ao gabinete, Ben Gvir passou a cobrar mais espaço e exigiu novos cargos ministeriais. O avanço incomodou aliados e acirrou disputas dentro do governo.
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A equipe de Smotrich confirmou o motivo da renúncia. Segundo um porta-voz, a decisão representa um protesto contra a escalada de poder do grupo nacionalista-religioso liderado por Ben Gvir.
Apesar do abalo, a base aliada ainda sustenta o governo. O Parlamento aprovou o Orçamento de 2025 na semana passada. O sinal é que, ao menos por ora, Netanyahu mantém o controle da coalizão.
A renúncia não indica rompimento com o premiê. Smotrich segue alinhado ideologicamente ao governo. A saída foi estratégica, com o objetivo de pressionar sem abrir mão de influência. Ligado ao sionismo religioso, ele mantém peso político relevante nas discussões econômicas e conservadoras.
A renúncia de Smotrich se soma a outras crises que já haviam abalado a aliança governista de Israel
Já Ben Gvir amplia sua presença no Executivo. Seu retorno à Esplanada empurrou o gabinete para a direita e desafiou os limites dos acordos políticos costurados por Netanyahu. As investidas por mais ministérios escancararam o desgaste entre os partidos da coalizão.
Nos bastidores, o clima é de disputa aberta. A renúncia de Smotrich se soma a outras crises que já haviam abalado a aliança governista. Ainda assim, Netanyahu aposta na reorganização interna para conter os ruídos.
Agora, a sobrevivência do governo depende do equilíbrio entre ambições pessoais e interesses ideológicos. Se o premiê falhar nesse ajuste, a instabilidade pode avançar sobre os pilares que ainda sustentam sua gestão.
