Israel lançou uma nova ofensiva contra o Hamas nesta segunda-feira, 17, e encerrou o cessar-fogo firmado com o grupo terrorista. As ações ocorrem em meio a entraves nas negociações sobre a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos.
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Os ataques aéreos deixaram ao menos 326 mortos e incluem crianças, conforme o Ministério da Saúde de Gaza. Além das mortes, equipes médicas registraram mais de 150 feridos em diferentes regiões, no episódio mais violento desde o início da trégua, em 19 de janeiro.
Hamas acusa Israel de romper acordo
Um representante sênior do Hamas declarou à agência Reuters que a ofensiva israelense representava uma quebra unilateral do cessar-fogo e ressaltou que a retomada dos ataques colocaria os reféns em risco.
As Forças de Defesa de Israel anunciaram que manterão os bombardeios contra líderes do Hamas e sua infraestrutura em Gaza. Além das operações aéreas, o governo israelense avalia ampliar a ação militar na região.
Ataques atingem várias cidades de Gaza
Relatos de testemunhas e médicos revelam que bombardeios atingiram três residências em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, além de um edifício na cidade de Gaza e alvos em Khan Yunis e Rafah, no sul do território.
O aumento da violência reflete o impasse nas negociações entre Israel e Hamas. O acordo de cessar-fogo havia sido estruturado em três fases, com apoio de mediadores árabes e dos Estados Unidos, mas as tratativas não avançaram. Washington confirmou que Tel-Aviv consultou a Casa Branca antes de retomar os ataques.
O gabinete do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu acusou o Hamas de rejeitar todas as propostas feitas por mediadores internacionais, entre eles o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.
Proposta rejeitada pelo Hamas
O plano inicial previa a retirada das tropas israelenses de Gaza no início de fevereiro, em troca da libertação de reféns. Embora Israel tenha assinado o pacto, Netanyahu reafirmou que a guerra só terminará quando as capacidades militares e políticas do Hamas forem eliminadas.
Em 2 de março, o primeiro-ministro propôs uma extensão do cessar-fogo por 50 dias e permitiu a libertação de metade dos reféns ainda mantidos pelo Hamas. O grupo terrorista rejeitou a oferta, e Israel bloqueou a entrada de ajuda humanitária em Gaza como forma de pressão.
Segundo o jornal The Times of Israel, Tel-Aviv se recusou a negociar com base nos termos originais da segunda fase da trégua, que deveria ter começado em 3 de fevereiro. Enquanto mediadores buscavam prolongar o cessar-fogo, novos episódios de violência expuseram a fragilidade do acordo. No dia 8 de março, um ataque aéreo israelense matou dois palestinos em Rafah. Israel alegou que o alvo era um drone que cruzou da Faixa de Gaza para seu território.
Durante a primeira fase do acordo, que durou 42 dias, o Hamas libertou 33 reféns israelenses e cinco tailandeses. Em troca, Israel soltou 2 mil prisioneiros palestinos e retirou tropas de algumas posições estratégicas em Gaza.
Israel ataca alvos no Líbano e na Síria
No início desta segunda-feira, forças israelenses também bombardearam alvos no sul do Líbano e na Síria. Em Daraa, no sul da Síria, os ataques deixaram dois mortos e 19 feridos, segundo a agência estatal Sana. Israel confirmou a ofensiva e declarou que os alvos eram quartéis-generais militares e depósitos de armas.
Em nota, Israel declarou que retomou a ofensiva com força total porque o Hamas rejeitou sucessivas propostas para prolongar o cessar-fogo e libertar reféns.