Itália age para barrar a soltura de mafiosos

Decreto-lei quer evitar que líderes mafiosos sejam colocados em prisão domiciliar em razão do coronavírus; Cesare Battisti  também tentou sair da prisão

O governo da Itália aprovou na noite do último sábado, 9, um decreto-lei, instrumento similar a uma medida provisória, que proíbe que líderes da máfia possam ir para a prisão domiciliar usando como justificativa a pandemia do coronavírus.

O decreto é direcionado a pessoas que estão presas por “delitos de criminalidade organizada de tipo criminoso ou terrorista” e “por formação de quadrilha ligado ao tráfico de entorpecentes”, de acordo com a agência de notícias italiana Ansa.

A medida foi tomada após importantes líderes mafiosos conseguirem na justiça a transferência para a prisão domiciliar. Entre os beneficiados estão Francesco Bonura, da Cosa Nostra, e Pasquale Zagaria, da Camorra, que alegaram idade avançada e problemas de saúde.

“Ninguém pode pensar em se aproveitar da emergência sanitária do coronavírus para sair da prisão. A partir de agora, há uma nova norma que coloca ordem na situação”, informou o ministra da Justiça da Itália, Alfonso Bonafede.

Cesare Battisti

Não são só os mafiosos que estão tentando se aproveitar da pandemia para sair da prisão. O terrorista e amigo dos petistas Cesare Battisti entrou no último sábado, 9, com um pedido para ser transferido para a prisão domiciliar.

Após ficar muitos anos no Brasil sendo protegido pelos governos do PT, Battisti foi extraditado para a Itália no final de 2018, onde cumpre prisão perpétua por quatro assassinatos que cometeu nos anos 1970. Ele fazia parte do Proletários Armados pelo Comunismo, um grupo terrorista de extrema-esquerda.