A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que o seu governo não vai apoiar o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. Os dois blocos econômicos finalizaram entendimentos neste mês. A Itália só irá mudar de ideia se houver ajustes nos termos, conforme os interesses dos italianos.
“Na ausência de um reequilíbrio (dos termos do acordo), a Itália não estará a bordo”, afirmou Meloni ao Parlamento do país nesta terça-feira, 17. Em discurso antes de participar de uma cúpula da União Europeia em Bruxelas, a líder italiana também pediu uma discussão sobre a possível emissão de títulos comuns da UE para financiar os gastos com defesa.
Itália reclama de questões agrícolas
Antes do anúncio do acordo entre os dois blocos, o governo italiano já havia criticado o projeto e se posicionado ao lado da França e Hungria como opositores. O ponto crítico seriam, primeiramente, as cotas de importação para a UE de determinados produtos agrícolas a partir de países como Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, sem taxas ou com taxas de importação reduzidas. A cúpula do Mercosul anunciou o texto final em 6 de dezembro, em Montevidéu.
O evento contou com a participação da chefe da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen. Na ocasião, a representante do lado europeu destacou a necessidade de uma reação a outros blocos econômicos de influência global. “Esse acordo é a nossa resposta ao crescente isolamento e à fragmentação”. A fala de Von der Leyen foi principalmente em referência às ameaças protecionistas dos Estados Unidos e da China.
O acordo entre UE e Mercosul foi discutido por 25 anos e deve abarcar um mercado comum de 718 milhões de pessoas. Essa população habita territórios cujas economias somadas ultrapassam os US$ 22 trilhões. As autoridades garantem que o acordo está selado. Apesar disso, os novos detalhes não foram divulgados publicamente.
Esse suspense sobre os termos firmados entre os blocos sugere, no entanto, na visão de analistas internacionais, algumas incertezas. Entre elas, eventuais necessidades de negociação, inclusive de aspectos que acomodem os interesses de países como a própria Itália.
+ Leia mais notícias de Mundo na Oeste
Não há como dar certo. Os Europeus não conseguem ver os sulamericanos e muitos outros povos em pé de igualdade. O q eles querem mesmo é vender à vontade para nós os produtos caros q fazem e não permitir q vendamos nada para eles. Não dá para apostar 1 centavo q esse acordo vai sair do papel. Talvez se entregarmos a Amazônia para eles, aí sim. Com França, Itália, Hungria e Polônia contra, as chances do acordo ser ratificado pelos parlamentos locais é zero.