Uma equipe de astrônomos descobriu moléculas orgânicas presentes em fumaça, em uma galáxia a mais de 12 bilhões de anos-luz da Terra. Os pesquisadores usaram o Telescópio James Webb, da Nasa, e o estudo foi publicado na revista Nature, na segunda-feira 5.
Segundo os cientistas, essas moléculas orgânicas complexas são as mais distante já detectadas. Por conta da distância extrema da galáxia, a luz identificada pelos astrônomos teria iniciado sua jornada provavelmente quando o universo tinha menos de 1,5 bilhão de anos.
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A galáxia havia sido descoberta pela primeira vez pelo Telescópio do Polo Sul, na estação Amundsen–Scott, na Antártida, em 2013. Desde então, a formação foi estudada por muitos observatórios, como o radiotelescópio Atacama Large Millimeter Array, no Chile, e o Telescópio Espacial Hubble.
Como os cientistas detectaram as moléculas orgânicas na galáxia longe
De acordo o astrônomo Justin Spilker, da Universidade Texas A&M e líder do estudo, os especialistas conseguiram fazer a descoberta das moléculas graças ao Webb e “ao destino”, com uma pequena ajuda de um fenômeno chamado lente gravitacional, previsto pela Teoria da Relatividade Geral de Einstein.
Esse fenômeno ocorre quando duas galáxias estão quase perfeitamente alinhadas, do ponto de vista na Terra, e a luz da galáxia de fundo é esticada e ampliada pela galáxia de primeiro plano, em uma forma anelar, conhecida como anel de Einstein. O resultado é uma espécie de “lupa cósmica” natural.
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Mesmo que os cientistas encontraram moléculas semelhantes à poluição da Terra, das mesmas emissões de hidrocarbonetos, Spilker explica que as consequências da fumaça galáctica são muito menos desastrosas no espaço.
“Essas grandes moléculas são realmente muito comuns no espaço”, afirma o especialista. “Os astrônomos costumavam pensar que eram um bom sinal de que novas estrelas estavam se formando.”