O Japão anunciou que fará sua maior ampliação de equipamentos militares, desde a Segunda Guerra Mundial, nesta sexta-feira, 16, com um plano de US$ 320 bilhões (R$ 1,7 trilhão, na cotação atual). Objetivo do país é se preparar para um “conflito prolongado”, em meio às tensões regionais e à invasão russa à Ucrânia.
O governo teme que a atitude da Rússia tenha “encorajado” a China a fazer o mesmo com Taiwan, ameaçar as ilhas japonesas próximas, interromper o fornecimento de semicondutores e fechar as rotas marítimas onde passa o petróleo que vem do Oriente Médio.
“É minha resposta aos vários desafios de segurança que enfrentamos”, disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida. O chefe de governo também descreveu seu país como em um “ponto de virada na história”.
O plano de guerra do Japão
O plano abrange cinco anos e prevê estocar peças de reposição e outras munições, além de ampliar a capacidade de transporte e desenvolver capacidades de “guerra cibernética”. Em sua Constituição do pós-guerra, dos EUA, o Japão renunciou ao direito de travar uma guerra e aos meios para fazê-la.
“A invasão russa à Ucrânia é uma grave violação das leis que proíbem o uso da força e abalou os fundamentos da ordem internacional”, informou o documento de estratégia. “O desafio estratégico colocado pela China é o maior desafio que o Japão já enfrentou.”
A temida Guerra Mundial III, acredito, não será atômica, como antes se previa, mas, talvez, cibernética. Certamente que a linguagem e que o controle da mídia e do pensamento estão entre os ítens dessa guerra.