O governo dos Estados Unidos divulgou milhares de documentos relacionados ao assassinato do ex-presidente norte-americano John F. Kennedy (JFK). Os arquivos sigilosos mencionam, inclusive, a ajuda da China e de Cuba ao Brasil durante o período da Guerra Fria.
Em janeiro deste ano, o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva para liberar os arquivos sigilosos de Robert Kennedy, Martin Luther King e JFK.
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Na segunda-feira 17, o republicano afirmou que “as pessoas estão esperando há décadas” pelos 80 mil registros relacionados à morte do ex-presidente.
Joe Biden, seu antecessor, já havia tornado públicos 13 mil arquivos durante sua administração. O governo dos EUA classifica Lee Harvey Oswald como o autor dos disparos que culminaram na morte de JFK.
Oswald morou por mais de dois anos na União Soviética antes de atentar contra Kennedy. Ele desertou do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e se estabeleceu em Minsk, capital da Bielorrússia.
Documentos de Kennedy revelam ações de Cuba e China no Brasil
Os documentos liberados pelos EUA citam a oferta de auxílio da China e de Cuba, em 1961, para Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul.
Os materiais revelam que Mao Tsé-tung, então líder do Partido Comunista Chinês, e Fidel Castro, então primeiro-ministro de Cuba, ofereceram “suporte”, “materiais” e “voluntários” para Brizola.
Ele liderava uma ofensiva política para substituir Jânio Quadros, que havia acabado de renunciar. Carlos Lacerda, então governador da Guanabara, comandava a oposição ao presidente — assim como fez com Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek.

A política brasileira estava em crise. Jânio acreditava que sua renúncia não seria aceita e esperava que a população se manifestasse em seu favor. Nesse sentido, organizou o que os historiadores chamariam depois de “autogolpe”.
Os arquivos citam o fato de que os parlamentares entenderam “as intenções de Jânio Quadros e agiram para abortar o plano golpista”. João Goulart assumiu a Presidência, e Brizola desistiu do apoio estrangeiro.
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Além disso, outro documento, datado de julho de 1964, mostra que o regime caribenho planejava criar uma “segunda Cuba” na Venezuela. Isso se daria através de “esforços de subversão de Cuba na América Latina”.
“Cuba também manteve operação propagandista substancial no Brasil, principalmente pelo escritório local da Prensa Latina”, diz trecho do arquivo.
O registro ressalta que a queda de João Gulart para o regime militar foi uma “derrota severa” para Cuba, visto que o país estava envolvido em “atividades subversivas” no Brasil.
A morte de John F. Kennedy
John F. Kennedy planejava se encontrar com senadores democratas em 22 de novembro de 1963. Em Dallas, no Estado do Texas, o então presidente deixou o aeroporto de limusine para percorrer 16 quilômetros até a reunião com os políticos de seu partido.
No perímetro da Praça Dealey, por volta das 12 horas, Lee Harvey Oswald, acomodado no 6° andar de um edifício onde trabalhava, disparou duas vezes contra o comboio de JFK.

Enquanto o primeiro tiro errou o veículo, o segundo acertou o presidente nas costas, atravessando o seu corpo e atingindo também o então governador do Texas, John Connally, que estava na limusine.
Ferido e tombado no banco traseiro do veículo, o comboio conduziu Kennedy ao hospital mais próximo. No entanto, o presidente não resistiu e faleceu meia hora depois de chegar ao local.
Assassino de Kennedy foge e se esconde em cinema
Enquanto a multidão se alvoroçava e os profissionais do governo socorriam Kennedy, Oswald fugia do edifício de onde acabara de realizar o atentado.
Por volta das 13 horas, o criminoso encontrou o agente J.D. Tippit em uma calçada nas redondezas. Depois de um curto embate, Oswald atirou contra o policial, ceifando também a sua vida.

Duas horas se passaram, e a Casa Branca mobilizou agentes federais nas proximidades. Foi nesse mesmo período que Oswald resolveu entrar sem pagar no Texas Theatre, um cinema localizado no bairro Oak Cliff, em Dallas.
Um homem que aguardava para entrar numa sessão reconheceu o criminoso e alertou o funcionário da bilheteira. Em seguida, o trabalhador contatou a polícia, que chegou ao local e prendeu Oswald por duplo assassinato.
Lee Oswald é assassinado dias depois de matar Kennedy
Em 24 de novembro de 1963, dois dias depois do assassinato de JFK, Oswald aguardava no edifício do Departamento de Polícia de Dallas para ser transferido para uma penitenciária. As emissoras norte-americanas cobriam o evento.
Neste momento, surge a figura do empresário Jack Ruby. O homem sacou seu revólver e disparou contra Oswald, que morreu no local. A ação foi considerada o primeiro assassinato transmitido ao vivo na história.
Os agentes prenderam Ruby, e a Justiça o condenou à pena capital. Contudo, o empresário morreu em 1967, vítima de um câncer, antes de ser executado pelo governo. Diversas teorias classificam Ruby como apoiador do Partido Democrata.
