O julgamento civil do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de 77 anos, e dos dois filhos mais velhos, por fraude, começou nesta segunda-feira 2, em Nova York.
Eles são acusados de terem inflacionado durante anos o valor dos seus ativos ligados a seus negócios para garantir condições mais favoráveis de empréstimos e seguros.
“Estamos diante de uma procuradora-geral racista que montou um espetáculo de horror. É uma farsa”, disse Trump à imprensa antes de entrar na audiência na Suprema Corte do Estado de Nova York, onde compareceu na qualidade de testemunha.
Mesmo sem a possibilidade de ser condenado à prisão por esta acusação, o julgamento é o início de uma série de processos judiciais que o ex-presidente terá pela frente.
Trump é acusado em quatro casos diferentes, o que não afetou sua popularidade entre as bases republicanas.
Na terça-feira 26, o juiz Arthur Engoron considerou o ex-presidente e seus filhos responsáveis por fraude e afirmou que eles forneceram demonstrações financeiras falsas durante cerca de uma década.
Acusação contra Trump
O caso foi movido pela procuradora-geral democrata Letitia James. O processo alega que Trump, dois de seus filhos – Donald Trump Jr. e Eric –, suas empresas e seus executivos fraudaram credores, seguradoras e outras entidades.
De acordo com a ação, o ex-presidente teria aumentado ilegalmente as estimativas do tamanho de sua fortuna para obter melhores condições em empréstimos bancários e seguros.
A procuradora-geral disse que Trump inflou seu patrimônio líquido em até US$ 2,23 bilhões (cerca de R$ 11,1 bilhões) nas demonstrações financeiras anuais fornecidas a bancos e seguradoras entre 2011 e 2021.
A procuradoria-geral pediu pelo menos US$ 250 milhões (R$ 1,26 bilhões) em multas e que Trump e seus filhos sejam proibidos de administrar negócios em Nova York.
Além disso, a Trump Organization e seu dono ficariam proibidos, por cinco anos, de negociar e alugar imóveis comerciais.
Outros julgamentos
Donald Trump deverá comparecer ao tribunal federal de Washington no dia 4 de março de 2024 para responder às acusações de tentativa de reverter o resultado das eleições presidenciais de 2020, vencidas por Joe Biden, quando estava na Casa Branca.
O ex-presidente comparecerá novamente ao tribunal de Nova York por fraude contábil e, em seguida, na Flórida, pela gestão negligente de documentos confidenciais depois de deixar a Presidência.