María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, compartilhou, em entrevista ao New York Times, sua experiência de viver na clandestinidade. Ela descreveu essa situação como um “teste difícil” e apontou que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, poderia conquistar uma significativa “vitória na política externa” se conseguisse remover Nicolás Maduro do poder.
Machado se tornou a voz de uma oposição vigorosa contra o regime de Maduro. Ela teve que se esconder dentro da Venezuela depois das eleições de 2023, que considerou fraudulentas. Seu nome está na mira do governo, que ameaça prendê-la. O Ministério Público, controlado pelo chavismo, investiga suas ações.
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Corina tem se reunido virtualmente com ministros estrangeiros e organizações de direitos humanos. Ela pede que a comunidade internacional reconheça o triunfo de seu candidato nas eleições de julho, Edmundo González. Segundo cálculos da oposição, ele obteve uma vitória clara.
Nicolás Maduro proclamou vitória imediatamente depois das eleições, mas não apresentou provas para sustentar sua alegação. A oposição coletou evidências, como as atas das urnas de mais de 80% das seções eleitorais.
Esses documentos indicam que González conquistou cerca de 70% dos votos. Contudo, diante da repressão brutal e da ameaça de prisão, González fugiu para a Espanha em setembro.
Para María Corina, a situação representa uma oportunidade para Trump conquistar uma vitória externa. Ela acredita que, ao pressionar Maduro, ele poderia negociar sua saída, visto o enfraquecimento do regime.
María Corina acredita que o momento atual é único. Maduro está isolado internamente, perdeu apoio popular e seus aliados estão cada vez mais distantes. Ela também destacou o poder que os EUA têm para aumentar a pressão sobre o regime.
Opositora a Maduro sugere sanções dos EUA à Venezuela
Uma possível revisão das sanções implementadas sob Joe Biden e a busca por novas acusações contra o governo de Maduro poderiam ser partes dessa estratégia. María Corina, que tem uma relação de longa data com o senador Marco Rubio, elogiou sua escolha para o cargo de secretário de Estado de Trump. Ela citou a postura firme dele contra os regimes autoritários da América Latina.
Embora a abordagem anterior de Trump, que envolvia amplas sanções e apoio a Juan Guaidó, não tenha surtido efeito, María Corina acredita que, agora, Maduro está mais vulnerável. O autocrata perdeu apoio dentro de seu próprio partido, enfrentou fraturas com líderes regionais e, para se manter no poder, intensificou a repressão contra seus opositores.
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María Corina continua sendo uma figura central na oposição venezuelana. Sua ascensão política começou com sua liderança na Súmate, uma organização de direitos dos eleitores, e com seu trabalho incessante contra os regimes de Chávez e Maduro.
Em 2023, ela obteve uma vitória significativa nas primárias da oposição, mas teve sua candidatura barrada pelo governo. Edmundo González assumiu seu lugar na eleição. María Corina se tornou um símbolo de resistência. Ela prometeu restaurar a democracia e reconstruir o país devastado pela crise política e econômica.
Atualmente, vivendo escondida e longe de seus filhos, María Corina continua sua luta pela democracia. Ela pede que a comunidade internacional faça sua parte para pressionar Maduro.
Ela pede apoio dos EUA, enfatizando que a queda de Maduro é essencial para a segurança hemisférica. O regime de Maduro tem laços estreitos com países como Rússia, Irã e China.